O livro de Nassim Taleb, O
Cisne Negro, volvidas 196 páginas, está a tornar-se maçador. Trata-se de
uma repetição ad nauseam do mesmo
argumento, com exemplos e mais exemplos. E o que argumenta ele?
Que os cisnes negros existem. Que não se pode prever o
imprevisível. Que os improváveis acontecem quando menos se espera. Que há “cisnes
negros” por todo o lado. Que algo de improvável pode até estar já em andamento,
contudo ainda não adquiriu uma dimensão que lhe dê visibilidade e impacto. Que
o que desconhecemos ultrapassa infinitamente o que conhecemos (o velho
argumento de Popper, de que nos assemelhamos mais uns aos outros pela infinidade
de coisas que desconhecemos do que nos diferenciamos uns dos outros pelo pouco
que cada um conhece). Que muitas explicações e certezas relativas à causa dos
fenómenos só surgem a ex post facto, e
por vezes erroneamente. Que estamos longe, muito longe, de conhecer todas as
causas dos fenómenos. Que há causas que nos escapam e sempre escaparão.
Enfim, é a velha história.
Shit happens!