sábado, dezembro 10, 2016

Dívida pública: a cobardia nacional.

A dívida e o crédito são formas de transferir para o futuro pagamentos a realizar pelas despesas do presente. Com uma dívida pública desta magnitude os portugueses do presente comprometem irremediavelmente os portugueses do futuro: os seus filhos e os seus netos, os não nascidos, os que não podem defender-se e os que não votam. Todos eles encontram-se já condenados ao pagamento dos desvarios do presente, e nem o sabem.


Preparamos uma futura nação de escravos. Deveríamos ter vergonha. Os “egrégios” avós de amanhã já não serão os que hoje cantamos no Hino. Os “egrégios” avós do amanhã seremos nós, e de egrégios nada teremos. É assim que queremos ser recordados? Os que oneraram o futuro? O que a nossa sociedade está a fazer é uma cobardia social. Está a fugir aos problemas do presente, lançando-os sobre as futuras gerações em vez de ser ela a enfrentar esses problemas.

A redução da dívida pública nacional devia ser um desígnio nacional, mas tocar no assunto parece ser de uma grande inconveniência para os políticos que nos governam, presidente incluído. Não se trata de um problema menor ou secundário, como nos querem fazer crer. É um problema central que deve ser atacado com determinação e coragem.

É preferível passar por privações hoje, com estoicismo, do que sujeitar as gerações futuras a privações devidas a problemas e desgovernos criados pelas actuais.

Ao desvalorizarem o problema da elevada dívida pública nacional, os nossos políticos cometem um grande erro que vai custar caro aos nossos filhos. Aos filhos de Portugal.

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