A dívida e o crédito são formas de transferir para o futuro pagamentos a realizar pelas despesas do
presente. Com uma dívida pública desta magnitude os portugueses do presente
comprometem irremediavelmente os portugueses do futuro: os seus filhos
e os seus netos, os não nascidos, os que não podem defender-se e os que não
votam. Todos eles encontram-se já condenados ao pagamento dos desvarios do
presente, e nem o sabem.
Preparamos uma futura nação de
escravos. Deveríamos ter vergonha. Os “egrégios” avós de amanhã já não serão os
que hoje cantamos no Hino. Os “egrégios” avós do amanhã seremos nós, e de
egrégios nada teremos. É assim que queremos ser recordados? Os que oneraram o
futuro? O que a nossa sociedade está a fazer é uma cobardia social. Está a fugir
aos problemas do presente, lançando-os sobre as futuras gerações em vez de ser
ela a enfrentar esses problemas.
A redução da dívida pública nacional devia ser um desígnio
nacional, mas tocar no assunto parece ser de uma grande inconveniência para os
políticos que nos governam, presidente incluído. Não se trata de um problema
menor ou secundário, como nos querem fazer crer. É um problema central que deve
ser atacado com determinação e coragem.
É preferível passar por privações hoje, com estoicismo, do
que sujeitar as gerações futuras a privações devidas a problemas e desgovernos
criados pelas actuais.
Ao desvalorizarem o problema da elevada dívida pública
nacional, os nossos políticos cometem um grande erro que vai custar caro aos
nossos filhos. Aos filhos de Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário