O ódio e o medo de liberdade e o
ódio e o medo da ordem coercivamente imposta não são traços inatos da espécie
humana nem “estão na natureza humana”. Só que aquilo que chamamos progresso não
é um movimento linear “unidireccional”, mas pendular, que extrai a sua energia
do desejo de liberdade (assim que começamos a sentir que a segurança é
excessiva, insuportavelmente intrusiva e opressiva) ou do desejo de segurança
(assim que começamos a sentir que a liberdade é um negócio excessiva e insuportavelmente
arriscado, produzindo pouquíssimos vencedores e uma quantidade exacerbada de
perdedores).
Zygmunt Bauman
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Fonte: Bauman, Zygmunt; Bordoni, Carlo , Estado de Crise, Relógio D’Água, 2016, pág. 87.
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