quarta-feira, setembro 05, 2018

Luminárias e alimárias

A propósito disto.


Entre luminárias e alimárias há certos deputados da República que encaixam que nem uma luva na segunda categoria. Parece ser o caso.

Quando vejo e oiço políticos deste jaez lembro-me sempre da advertência de John Tyler a Thomas Jefferson, em 1782, quando este queria renunciar ao cargo para o qual tinha sido eleito pelo povo do condado de Albemarle, de delegado na Câmara, por estar cansado de cargos públicos. Tyler advertiu Jefferson de que «homens bons e capazes fazem melhor em governar do que em deixar-se governar, uma vez que é possível, e na verdade altamente provável, que as pessoas capazes e boas que se retirem da sociedade sejam substituídas por outras venais e ignorantes». (Boorstin, 1997: 112)

Ora não tenho a mínima dúvida de que em Portugal muita gente boa e capaz se furta a cargos públicos, que não encara decerto como um dever cívico e não quer sujeitar-se àquilo. Só assim se explica a abundância de gente venal sentada nas cadeiras da Assembleia.

Dito isto, diga-se no entanto que na Venezuela se assiste a uma tragédia – a governação de Maduro e seus apaniguados. A boa gente daquele país já vota com os pés e parte em demanda de outras paragens. Fazem bem, pois se pegassem em armas seria um banho de sangue. Os ditadores, tudo fazem para se manter no poder, nem que seja à custa da vida dos seus concidadãos. Veja-se o que fez Assad na Síria. Na Venezuela só um golpe militar à 25 de Abril poderia resolver a situação trágica em que aquele Estado se encontra pois é muito improvável que Maduro se afaste, abrindo as portas à democracia.
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Referência

Daniel Boorstin, Os Americanos: A Experiência Colonial,  Gradiva, 1997.

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