Entre luminárias e alimárias há certos deputados da República que encaixam que nem uma luva na segunda
categoria. Parece ser o caso.
Quando vejo e oiço políticos
deste jaez lembro-me sempre da advertência de John Tyler a Thomas Jefferson, em
1782, quando este queria renunciar ao cargo para o qual tinha sido eleito pelo
povo do condado de Albemarle, de delegado na Câmara, por estar cansado de
cargos públicos. Tyler advertiu Jefferson
de que «homens bons e capazes fazem melhor em governar do que em deixar-se
governar, uma vez que é possível, e na verdade altamente provável, que as
pessoas capazes e boas que se retirem da sociedade sejam substituídas por
outras venais e ignorantes». (Boorstin, 1997: 112)
Ora não tenho a mínima dúvida de
que em Portugal muita gente boa e capaz se furta a cargos públicos, que não
encara decerto como um dever cívico e não quer sujeitar-se àquilo. Só assim se
explica a abundância de gente venal sentada nas cadeiras da Assembleia.
Dito isto, diga-se no entanto que
na Venezuela se assiste a uma tragédia – a governação de Maduro e seus apaniguados.
A boa gente daquele país já vota com os pés e parte em demanda de outras paragens.
Fazem bem, pois se pegassem em armas seria um banho de sangue. Os ditadores,
tudo fazem para se manter no poder, nem que seja à custa da vida dos seus
concidadãos. Veja-se o que fez Assad na Síria. Na Venezuela só um golpe militar
à 25 de Abril poderia resolver a situação
trágica em que aquele Estado se encontra pois é muito improvável que Maduro se
afaste, abrindo as portas à democracia.
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Referência
Daniel Boorstin, Os Americanos: A Experiência Colonial, Gradiva, 1997.
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