Há tempos sublinhei estas palavras de Wallerstein num livro:
O capitalismo
é um sistema-mundo que existe há quinhentos anos e se baseia na primazia da
acumulação incessante do capital. (…)
Observa-se desde há quinze anos [desde o início dos anos 80] o ressurgimento de uma ideologia neoliberal
que pretende fazer crer às pessoas que é necessário ser-se competitivo porque o
mundo capitalista se tornou global. Como se se tratasse de um novo
constrangimento. Como é evidente, isto é completamente ridículo: sempre foi
necessário ser-se competitivo. Mas, quando se apresenta a mundialização como
uma ruptura, afirma-se também que não existe outra opção possível. No fundo,
trata-se de uma tese anti-política, que diz: «Nada mais podemos fazer senão
submetermo-nos.» Ora, se o sistema tem uma grande força, não é verdade que não
haja alternativas políticas. Há sempre alternativas
políticas. (…)
Immanuel Wallerstein (1998)
Immanuel Wallerstein in Gérard Vindt, 500 Anos de Capitalismo, A Mundialização de
Vasco da Gama a Bill Gates, Temas & Debates, 1999, p. 150.