O nosso sistema educativo, que se
pretende inclusivo, dizem, tem no final provas exclusivas, provas excludentes,
provas selectivas. Um paradoxo. Provas para separar o trigo do joio. Provas
para seriar.
No fim do dia, afinal o que conta
são os exames. A avaliação, selectiva, sobrepõe-se a tudo o resto, ou seja, a todas
as outras funções que a escola tem ou deveria ter, na escala de valores que a
sociedade lhe atribui. É assim que a sociedade vê a escola e quanto a isso não
há nada a fazer. As outras funções da escola não atingem tal magnitude nessa
escala de valorização social, é o que se depreende da decisão de priorizar a
reabertura do ensino presencial pelos 11º e 12º anos, logo que seja possível,
nas disciplinas em que o exame se exige para entrada no ensino superior. Por
outras palavras, a razão magna para reabrir o ensino presencial, no contexto actual,
é a necessidade de realizar exames de acesso ao ensino superior.
O que diria Sócrates, o Filósofo,
desta nossa concepção de escola?
(De Platão não falo, pois consta
que a encimar o portão da Academia estava uma placa com a inscrição “Exigem-se
conhecimentos de Matemática!”)
O que diria Agostinho da Silva,
que defendia um ensino superior com portas abertas para todos os que nele
quisessem entrar?
Os exames são a magna obra da
Escola. Examinar é preciso, viver não é preciso.
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