Lemos que nos querem limitar o acesso à praia, a nossa
ocidental praia,
para onde nos deslocamos para viver,
para onde nos deslocamos para morrer,
para onde nos deslocamos para viver,
para onde nos deslocamos para morrer,
porque ali somos.
Corredores, polícias e drones,
Corredores perpendiculares ao mar,
interdições e limitações.
Não ousem.
Podem tirar-nos tudo, mas não a ocidental praia. É o que sempre
nos restará sob pena de deixarmos de ser aquilo que somos há mais de 800 anos.
O que é Portugal senão a ocidental praia?
Lembram-se dos primeiros versos cantados pelo Poeta?
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana, …
Camões, Lusíadas, Canto I
Sim, vencemos mares nunca navegados,
E também os perdemos.
Não perderemos a praia.
***
Praia do Rei, 28 de Abril de 2020
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