Não sou comunista. Nunca o fui. Não gostaria de viver num
regime comunista como o de Cuba, da Venezuela, da Coreia do Norte ou da China. Mas não
sou anticomunista. Os comunistas são uma espécie de anticorpos contra o
fascismo. Os melhores anticorpos que uma sociedade pode ter. Anticorpos que se
activam quando as sociedades caem nessa doença do fascismo.
O vírus fascista que se cuide quando numa sociedade existem anticorpos
comunistas.
Foram os comunistas os primeiros que entraram em Berlim, em 1945, o centro
nevrálgico do nazismo. Foram a melhor resistência na Itália, na França, na Jugoslávia
e noutros lugares, contra os opressores fascistas e nazis. Desalojaram o
ditador cubano, Fulgêncio Baptista, do poder. Derrotaram os agressores americanos
no Vietname. Foram derrotados no Chile por Pinochet e sofreram na pele
por isso. Também perderam quando enfrentaram Franco, na Guerra Civil de Espanha,
mas lutaram. Em Portugal, contra o Estado Novo, foram os que mais combateram e estiveram
entre os que mais sofreram por isso.
Colocá-los na mesma plataforma que os fascistas ou os nazis,
diz mais acerca de quem o faz do que dos comunistas.
Muitas vozes que se ouviram, a mais de três meses da
data marcada para a realização da Festa do Avante, criticando a sua realização
em tempos de pandemia, mais do que vozes preocupadas com a difusão do vírus,
eram vozes anticomunistas. O seu anticomunismo falava mais alto do que reais
preocupações sanitárias que diziam ter. Vozes toldadas pela ideologia, pelo anticomunismo. Desonestidade
intelectual é o seu nome. Não enfio esse barrete, nem o barrete de qualquer
ideologia. As minhas balizas sou eu que as traço.
À aproximação da data de realização da Festa, e avaliando a
situação pandémica, os comunistas começaram a tomar medidas preventivas e a
travar. Já limitaram o número de pessoas a entrar no evento para um terço, mas
não se ficaram por essa medida. Vamos ver como será a Festa do Avante. Tomo os
comunistas portugueses, como sempre tomei, por pessoas responsáveis e dignas de
respeito.
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(*) Um pequeno exemplo: quando em Portugal se realizou um
concurso televisivo para se apurar qual seria o “melhor português de sempre”, em
2007, Salazar ganhou, com a renhida oposição dos que votavam em Álvaro Cunhal,
que ficou em 2º. É um pequeno exemplo de como estes anticorpos funcionam no
nosso país. Ao mínimo sinal de fascismo no horizonte, activam-se e opõem-se.
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