Paidéia ou educação era, até agora, o esforço de tirar a criança brincalhona, sensível, hedonista e curiosa da forma de ser do pequeno grupo, conduzindo-a ao clima universal das cidades e dos impérios com as suas perspectivas ampliadas, as suas lutas difíceis e o seu árduo trabalho forçado contra si mesmo. A tradição chamava adulto ao homem que tinha aprendido a procurar as suas satisfações em esferas sem felicidade. «A pessoa não tratada severamente não se educa.» Quando nasceram filosofias ou interpretações do mundo de tipo cultural avançado, foram também sempre escolas de tornar adulto no sentido de uma mudança da alma para maior.
Peter Sloterdijk, O
Estranhamento do Mundo, Relógio D’Agua, 2008, pág. 217
***
A educação já não é a paidéia.
Como resultado triunfou o hedonismo. O homem adulto infantilizou-se, cada vez
menos preparado para enfrentar a vida, o sofrimento e a morte, ao contrário dos
bons velhos estóicos. A alma dos homens do Ocidente apequenou-se.
Sem comentários:
Enviar um comentário