O mundo não está bem.
Raramente, nas últimas décadas, esteve tão perto de abismos diversos.
António
Barreto, aqui e no Público de hoje
Quem luta com monstros deve velar
para que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se olhares,
durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.
Nietzsche
Abismos diversos. Temos o abismo nuclear, o abismo climático, o abismo demográfico,
o abismo económico e financeiro (as crises geradoras de desemprego e miséria), o
abismo sanitário (virológico e bacteriológico, pandémico), o abismo político (a ascensão dos regimes autoritários) e mais algum abismo que nos escapa ou, pior, que desconhecemos, como o peru do Dia da Acção de Graças que nem suspeita o que lhe vai acontecer, tão bem tratadinho que é.
Caminhamos numa senda perigosa e estreita, rodeada de abismos. Não sabemos como estaremos quando sairmos daqui, ou se iremos sequer sair daqui.
E o que acontece quando nos pomos a mirar os abismos mais
profundos, ali, até onde a vista alcança e se perde no negrume? Ouvimos soar do fundo uma ameaça aterradora. Um rugido gutural, nunca ouvido. O fim.
O melhor é atalhar caminho e estugar o passo, sem olhar para trás.
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