No Museu Picasso em Málaga, descobrimos outro vulto da arte do século XX. Max Ernst (1891-1976). Em exposição até 01/03/2009, a sua obra integrada na colecção Würth pode ser apreciada nas galerias do museu. Pelas galerias acompanhou-nos a estranheza e o espanto da descoberta. Um louco pintando, não o mundo exterior, mas as paisagens do espírito interior. Pinturas, colagens, esculturas. Uma cabeça monumental dominando uma grande sala, omnipresente: o Big Brother. Gravuras representando figuras semi-humanas, semi-animais. O Espírito da Bastilha: um pequeno homenzinho erigido no cimo de um totem de pedra. A Horda – uma colagem de figuras antropomórficas ameaçadoras. Mas o quadro que mais nos chamou a atenção foi o Século XX ou Versatilidade, pintado em 1961. Há quem veja optimismo no quadro!? Optimismo!? Pintado em 1961, no auge da Guerra Fria e do equilíbrio do terror nuclear por um homem que sofrera na pele duas guerras mundiais (lutou na Primeira tendo recuperado de uma morte clínica e foi enviado para campos de concentração na Segunda), o quadro é a imagem da desolação ou da versatilidade das formas de destruir o mundo: uma descrença total no Homem, o destruidor de mundos. Trata-se na verdade de uma paisagem de escombros fumegantes, sobre o vermelho vivo de sangue, e um azul frio de morte. Um apocalipse. Não foi o século XX, um século de campos de batalha sem fim, de cidades arrasadas e cogumelos atómicos? Que futuro se pressentia para o século XX, em 1961?
O Século XX ou Versatilidade não o encontrámos na Internet. Fica a imagem da Virgem Abençoada Castigando o Menino Jesus Perante Três Testemunhas (que se encontra em exibição no The Metropolitan Museum of Art).
.jpg)
A criatura resiste. Recorre neste momento de aflição, a todos os seus esbirros colocados em altos cargos governamentais e outros de grande alcance social. Move todas as suas influências. Tenta escapar ao naufrágio no mar tormentoso do mundo. Mar tenebroso, o que agora atravessamos. Os governos não nacionalizam, não propõem o fim de paraísos fiscais e zonas francas, e continuam a apostar na concessão de crédito para financiar o investimento, mas na sociedade de consumo já não é a poupança que suporta o crédito, mas antes a produção monetária nas rotativas. Usam agora os contribuintes endividados como fiadores e financiadores de bancos falidos e de empresas mal geridas. E ainda nos querem fazer crer que estão realmente indignados porque os bancos não fazem chegar os financiamentos às empresas. Será que somos assim tão ingénuos?
Em democracia, politicamente, não existem revoluções, mas podem haver rebeliões.
.jpg)