
O dia nasceu.

O dia nasceu.

Loxodonta africana
Vinte anos após a proibição de comércio de marfim, eis que voltam a tocar a rebate os sinos de alarme.
Afinal neste ínterim prosseguiu a caça, porque o comércio de marfim foi permitido em determinados períodos excepcionais. O suficiente para galvanizar caçadores, furtivos e autorizados, e comerciantes de marfim.
Mas, qual é a surpresa? Não relatam os viajantes a existência de lojas em Adis Abeba e em Harar, na Etiópia e no Quénia?
«O comércio de marfim era ilegal, de maneira que eu insisti no assunto. Tinha ouvido dizer que circulavam grandes quantidades de marfim de elefantes caçados furtivamente. Mas embora tivesse visto bocados dele à venda em lojas, nunca tinha visto dentes inteiros, e não sabia qual era o seu preço no mercado; na verdade embora me tivessem dito que o seu comércio florescia, em Harar e noutros pontos, não fazia ideia de que podia, muito simplesmente, entrar numa pequena loja de Adis Abeba e dizer: “Queria comprar uns dentes de elefante, por favor.”»
Paul Theroux (2002), Viagem por África, Círculo de Leitores, página 155.
Continua o saque, no coração das trevas.


Em tempos ouvi dizer de alguém mais aguerrido, que quando o colocavam entre a espada e a parede, preferia a espada. Mas há sempre uma solução quando parece não haver nenhuma. Uma delas é desaparecer, como que por artes mágicas, e voltar a reaparecer noutro lugar, são e salvo, longe da espada e da parede, mas principalmente, longe de quem empunha a espada. Como nos filmes antigos, mudos e a preto e branco, em que o herói acossado pelo vilão desaparece por detrás de uma cortina de fumo, ante a surpresa do agressor e do espectador. Já com a ponta da espada encostada ao pescoço, plim! E o herói reaparece a milhas…
É a suprema arte da fuga!

