domingo, janeiro 17, 2010

Um retrato da semana que passou

Port-au-Prince

Não mostrarei aqui os rostos do sofrimento, pois esses já estão disseminados pelo planeta. Chega de pornografia dos corpos apodrecendo ao Sol. Não bradarei aqui, a todos os ventos "Ajude o Haiti", porque isso não é ajudar o Haiti. Bradar aos ventos não é ajudar o Haiti. A ajuda não se diz, faz-se.

Sobre as razões, de sobra, desta atitude, remeto para dois "posts" que lêem muito bem o que se está a passar. A Origem das Espécies e A Natureza do Mal.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Dois retratos da semana que passou

Lago Ljsselmeer, Holanda

A Europa, a América, a Ásia, enfim, todo o hemisfério setentrional, tiritam de frio. O Árctico vinga-se desta forma, com o seu sopro gélido, das fusões estivais impostas pelos homens.

Rosarno, Calábria, Itália

Não são surpresas o que o século XXI nos reserva. Face à contínua pressão migratória, uma certa Europa reage mal. Prelúdio de novas "noites de cristal". Os homens do Sul percorrem há muito as nossas ruas e continuarão a chegar enquanto subsistirem as extremas desigualdades entre os diferentes mundos do nosso mundo. Nem o mar no meio da terra, que nos aparta, os demove. Continuarão a chegar. Nem que os recebamos a tiro.

Para quê os tiros então? Questiono-me se os bárbaros estão às portas de Rosarno ou se são os que já moram em Rosarno.

sábado, janeiro 09, 2010

10,3%

domingo, janeiro 03, 2010

Teerão

Teerão, 27 de Dezembro de 2009

Aqui luta-se e morre-se pela liberdade. Muitos destes bravos manifestantes pagaram com a vida a ousadia de enfrentar o regime teocrático iraniano.

A multidão mansa assiste.

Talvez este ano soprem ventos de liberdade na terra dos persas. Seria um grande 2010.

sábado, janeiro 02, 2010

Insurgiu-se contra a lua, o lunático.

Cão ladrando à Lua, Miró, 1926

quinta-feira, dezembro 31, 2009

Excelente 2010

Feliz 2010 a todos os bloguers que, durante 2009, de alguma forma interagiram comigo, respondendo aos meus comentários ou ligando-se a este blogue.

Assim destaco o Marujo do E Deus Criou a Mulher, que continue a navegar nestes mares que povoa de belas sereias que nos levam à perdição; aos rapazes e raparigas do Insurgente, contra os quais me insurjo, sempre que posso, e com os quais discordo em quase tudo, mas não é por isso que deixámos de ter animadas discussões (em particular no Verão, que é quando tenho mais paciência para os aturar); à Lusitana Combatente, Terpsichore Diotima, que habita a Ilha dos Amores, para que não baixe as armas e continue a combater (por vezes ausenta-se durante tanto tempo, que julgo que abandonou o combate - foi a primeira a chamar-me a atenção para a questão dos efeitos secundários da gripe suína ou a tentativa de “privatização” dos sites da Internet; ao Tomás Vasques do Hoje há Conquilhas, pelas polémicas e respostas aos comentários, quando os havia; à eclética amiga M.P. do Eclético (e SIC TRANSIT GLORIA MUNDI); ao F.J. Santos do (Re)Flexões, que acompanho sempre com muita atenção, embora discorde com ele nalguns aspectos da política educativa e no papel da educação na sociedade; a Ana Cristina Leonardo com a sua animada Meditação na Pastelaria.

Outros blogues visitados amiúde, este ano: O Jansenista, com o seu bom gosto; A Causa foi Modificada, com o seu mau gosto para títulos e palavrões (ao ponto de não o colocar aqui nas listas de blogues, ao lado), mas rico em referências; e o Francísco José Viegas, d’A Origem das Espécies, um tripeiro liberal à moda antiga que sigo desde que entrei na blogosfera.

A todos, um Excelente 2010.




A lucidez de Esther Mucznik


«Se tivesse que resumir numa só palavra o tempo em que vivemos, eu utilizaria o termo "radicalização". Radicalização da violência social, em primeiro lugar, exacerbado pela crise económica: violência da pobreza, do fosso crescente entre ricos e pobres, do desemprego e da degradação da dignidade humana; violência de costumes e da "brutalização" das relações humanas; radicalização da própria natureza em revolta contra a mão humana; radicalização religiosa e nacionalista crescente; radicalização da violência militar terrorista - se é verdade que mata muito menos gente, ela é infinitamente mais cruel porque anónima, sem regras, imprevisível e dirigida maioritariamente contra alvos humanos desarmados...»

Esther Mucznik, no Público de hoje.

Pousou as palavras no papel, delicadamente, com todo o cuidado.

VERMEER, Johannes
A Lady Writing a Letter
1665-66
National Gallery of Art, Washington

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