
Parabéns Torquato da Luz pelo luminoso Espelho Íntimo.

Parabéns Torquato da Luz pelo luminoso Espelho Íntimo.

E sabem vocês a que nos estamos inclinando por aqui, se calhar por mais directo contacto com o nosso Espinosa? A que no mundo tudo é fatal, inclusive a liberdade: há quem nasça com ela e quem nasça com a sua negativa, devendo-se sempre, em qualquer caso, supor que se nasceu com liberdade, estando mais próximo do divino aqueles a quem a liberdade tiver sido dom do fatal: ora digam-me, não é a liberdade de Deus uma fatalidade? Será que pode ele, ao mesmo tempo que todo-poderoso, deixar de ser livre?
Agostinho da Silva, Carta Vária, 3ª edição, Relógio D’Água, 1990, pág. 66-67
Afinal, nem o Omnipotente, o Absoluto, pode deixar de ser livre. Afinal, nem é tão omnipotente assim. Não pode deixar de ser livre, mesmo que o queira. Não pode ser mortal. Por isso o Destino é também para Ele uma fatalidade como o era para os antigos deuses. Podiam atrasar o seu curso, mas não podiam impedi-lo de fluir.



Quando falham os argumentos políticos contra as críticas dos comunistas, lá vem a habitual “fuga para trás”. Sobem aos palanques e esganiçam: “Como é possível ainda haver quem perfilhe as mesmas ideias do partido de Estaline, esse assassino de povos, criador de gulags?”. Pois.
Seguindo esse raciocínio poderíamos argumentar: como é possível haver quem perfilhe a mesma ideologia daqueles que fritaram inocentes com bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki, ou que esfolaram outros inocentes com napalm no Vietname? (E não falemos das crianças mutantes de Falujah).
Como é possível?
Não consta que existam gulags no Brasil, um país com 200 milhões de habitantes, onde governa o PT. Não consta que existam campos de concentração em Cuba, excepto na base norte-americana de Guantanamo. Não consta que nos concelhos dos arredores de Lisboa, onde comunistas governam as edilidades desde o 25 de Abril de 1974, e sempre reeleitos, se comam criancinhas ao pequeno-almoço.
Enfim, é a habitual fuga para trás dos políticos medíocres, quando lhes faltam os argumentos. Procuram os olhos aos quais devem lançar a areia e lançam-na.