domingo, junho 13, 2010

Não há nada a fazer...

venceu a vuvuzela!



sábado, junho 12, 2010

Atingir Calecute

Alemão gosta de trabalhar, japonês gosta de trabalhar: coisa extraordinária! Tenho uma grande admiração por eles como os artistas do trabalho. Mas o que eu quero, então, é que eles se encarreguem disso e deixem os portugueses, os africanos, os brasileiros, toda a gente que acha que há coisas na vida muito mais interessantes do que trabalhar, que eles fabriquem aquilo que é necessário para que nós possamos, se quisermos, nadar, mas sobretudo, se pudermos boiar, acho eu que será mais excelente que tudo. Não prego a virtude de Confúcio, senão para se atingir Calecute.

Agostinho da Silva, Agostinho da Silva - Ele Próprio, Zéfiro, 2006, pág. 107-108

Os cafres da Europa


É o que nós somos. Os brancos pretos da Europa, ou os brancos mais pretos da Europa. Por isso encaixamos tão bem em África e tão mal na Europa. Aliás, encaixamos bem em qualquer lado e até a Europa se fez connosco. Talvez sejamos os menos europeus dos europeus, conjuntamente com nuestros hermanos. Para cá dos Pirinéus respira-se outro ar. Perguntem aos portugueses da África do Sul. Ou perguntem aos pretos portugueses da Europa.
Trabalhamos como pretos, sofremos como pretos e vivemos como pretos. E depois? Os pretos são homens como nós e nós somos pretos.
Cafres da Europa dizia o Padre António Vieira. Pois sim, com orgulho!

quinta-feira, junho 10, 2010

domingo, junho 06, 2010

Cumpriram!

Imagem publicada no Ambio. Aqui.


Pelicano coberto de petróleo, fotografado no dia 4 de Junho na costa da Louisiana.
AP Photo Riedel / Charlie

Cumpriram!

sábado, junho 05, 2010

A luminosa poesia bem lá no alto


É bom vê-la ali. Melhor ainda é ouvi-la e lê-la, cantá-la e declamá-la.

Parabéns Torquato da Luz pelo luminoso Espelho Íntimo.

A liberdade enquanto fatalidade

William Blake, The Ancient of Days, 1794

E sabem vocês a que nos estamos inclinando por aqui, se calhar por mais directo contacto com o nosso Espinosa? A que no mundo tudo é fatal, inclusive a liberdade: há quem nasça com ela e quem nasça com a sua negativa, devendo-se sempre, em qualquer caso, supor que se nasceu com liberdade, estando mais próximo do divino aqueles a quem a liberdade tiver sido dom do fatal: ora digam-me, não é a liberdade de Deus uma fatalidade? Será que pode ele, ao mesmo tempo que todo-poderoso, deixar de ser livre?

Agostinho da Silva, Carta Vária, 3ª edição, Relógio D’Água, 1990, pág. 66-67

Afinal, nem o Omnipotente, o Absoluto, pode deixar de ser livre. Afinal, nem é tão omnipotente assim. Não pode deixar de ser livre, mesmo que o queira. Não pode ser mortal. Por isso o Destino é também para Ele uma fatalidade como o era para os antigos deuses. Podiam atrasar o seu curso, mas não podiam impedi-lo de fluir.

quarta-feira, junho 02, 2010

Minguando


Mapa do geógrafo João Ferrão, fanado daqui.

E o texto só não o fano por pudor, que melhor não faria.

É razão para dizer: Portugal é paisagem e o resto é Lisboa, ou então, como diz o professor Maltez no seu blogue: as nossas fronteiras recuaram para Setúbal. Apetece dizer, ironicamente: são as "Novas Fronteiras"!

E assim vai o mundo.

O tempo vai passando e Portugal minguando.

terça-feira, junho 01, 2010

Empédocles

Reinício da actividade do vulcão Tungurahua no Equador (Rodrigo Buendia / AFP).


Vamos, escuta como o fogo ao separar-se deu origem aos rebentos nocturnos dos homens e das lastimosas mulheres: este meu relato não carece de finalidade, nem de experiência. Primeiro, surgiram da terra formas em bruto, com uma porção de água e de calor. A estas, o fogo, desejoso de ir para junto do seu semelhante, as mandou para cima, sem apresentarem ainda a forma atraente dos membros ou voz, que é a parte inerente ao homem.
Empédocles

citado por Simplício, fragmento 62 in Phys. 381, 31

G.S.Kirk e tal. (1983), Os Filósofos Pré-Socráticos, 6ª Ed., Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.

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