segunda-feira, agosto 20, 2012

M∙AGRIPPA∙L∙F∙COST∙TERTIVM∙FECIT


   Marcus Agrippa, filho de Lúcio, no seu terceiro consulado, fê-lo.

PIVS∙VII∙P∙M∙FECIT∙AN∙XXII


Pio VII, Pontífice Máximo, fê-lo, no ano XXII do seu pontificado. [1822]

sábado, agosto 18, 2012

Perséfone

Bernini, O Rapto de Proserpina (detalhe), 1621-22

Depois, [Zeus] ocupou também o leito de Deméter criadora, que gerou Perséfone de alvos braços, que Hades arrebatou junto de sua mãe; mas o prudente Zeus concedeu-lha.

Hesíodo, Teogonia, 912-914

Será este um fantasma que me mandou a altiva Perséfone, para que eu chore e me lamente ainda mais?
Homero, Odisseia, XI. 213-214

***

Proserpina arrebatada por Plutão: a escultura transmite força e fragilidade – a força de Plutão e a fragilidade de Proserpina. O mármore cede ao toque dos marmóreos dedos de Plutão, que segura Proserpina com todo o cuidado, como se fosse de carne e osso.

O canto do grilo


Entrevistador: Uma nota: os mercados impõem agora a sua ditadura ao povo. Não é assim?

Grilli (Ministro da Economia italiano): «Não colocarei a questão nesse plano. Não vamos demonizar os mercados. Uma economia moderna não deverá fazê-lo: é uma questão de conveniência recíproca. Os mercados não são um inimigo, mas um instrumento que permite ao Estado e aos privados financiarem-se. Naturalmente os mercados escolhem as soluções que mais lhes convêm, e os estados devem adaptar-se, procurando ser mais competitivos e atraentes. Este processo de adaptação é mais longo e difícil na Europa, uma vez que existe uma casa comum, o euro, que impõe a todos os países uma mudança conjunta. Mas não tenho dúvidas: o processo é irreversível. O euro é uma grande conquista económica e de civilização. E do euro não se voltará atrás.»


Este é o discurso dominante na Europa conduzida pelos sumo-sacerdotes do mercado. Longe de demonizarem os mercados, endeusam-nos. Nas suas palavras, os países não têm outro remédio senão adaptar-se – submeter-se - às conveniências da nova divindade. Tudo para que possam financiar-se, ou melhor, endividar-se e continuar a viver a crédito e do crédito.

sexta-feira, agosto 17, 2012

O cão e o chicote


«É apenas preciso mostrar-se um chicote a um cão para que ele se doa.»

Alexandre Soljenitsin, Um Dia na Vida de Ivan Denisovich, Publicações Europa-América, p. 72.


Soljenitsin sabia do que falava.

sexta-feira, agosto 03, 2012

Prodígios

Gabby Douglas - Ouro

Viktoria Komova - Prata

Aliya Mustafina - Bronze

A campeã.

Capela Sistina

quinta-feira, agosto 02, 2012

Para lá dos 7 000 milhões

1950
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2010
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2050
(clique para ampliar)


2100

Os timoneiros cegos


«Há uma coisa que intriga na política deste governo: o facto de ir mais longe do que a troika nas medidas de austeridade e nada nos ser dito sobre os objectivos futuros que a justifiquem. Voltar mais cedo aos mercados? Para quê? Não para voltar ao statu quo ante, o que seria absurdo, mas, como diz o primeiro-ministro, para “mudar Portugal”. Mas como? Que novo Portugal se quer construir? Nada, absolutamente nada de concreto nos é dito sobre essa ambição. E nada do que é feito nos desvela o futuro.»

José Gil, “O silêncio das palavras”, Visão n.º 1013, 2 a 8 de Agosto de 2012

Os timoneiros que nos governam têm como “grande desígnio” o rápido regresso aos mercados, esse outro pote. Já o tínhamos notado aqui. Os portugueses seguem-nos em silêncio. Pobre gente.

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