Frank Herbert, O Messias de Duna, Relógio D'Água, 2021
«««
O autor dá excessivo crédito a drogas alucinogénias.
É demais!
Salvam-se os momentos de acção. As crenças e opiniões do autor plasmadas na história são maçadoras.
Frank Herbert, O Messias de Duna, Relógio D'Água, 2021
«««
O autor dá excessivo crédito a drogas alucinogénias.
É demais!
Salvam-se os momentos de acção. As crenças e opiniões do autor plasmadas na história são maçadoras.
É a paz que, dando os vagares da imaginação, causa as impaciências do desejo.
Eça de Queiroz, Contos
Não serei daqueles que, vendo aproximar-se o seu fim, dizem que é o fim do mundo que se aproxima, que tudo decai, interiorizando que depois deles será o caos.
Vêem então decadência em todo o lado, apocalipses em aproximação, quando são eles que decaem.
Não, o meu fim não será o fim do mundo.
Olhar jocoso e sobranceiro, o dos ingleses anglicanos e protestantes. Excessivamente ousados no diagnóstico do atraso deste país, quando o deles avançava a todo o vapor, nos séculos XVIII e XIX. Entre eles há, contudo, excepções.
Gostei mais do olhar metódico e quase científico, certeiro até, dos alemães e do dinamarquês. É mais fácil gostar de quem gosta de nós ou até nos considera bem.
A escrita fluída permite uma leitura fluída.
Não existe um grande equilíbrio na dimensão dos vários
relatos, isto é, alguns são breves outros longos, embora sejam todos bem
enquadrados por notas biográficas que ajudam a contextualizar os olhares.
Ainda assim, de MFM, gostei mais do seu Bilhete de Identidade.
Ouvimos na TV que estamos numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a transmissão. Pasmo.
Então não estávamos numa luta contra o tempo aquando dos
festejos da vitória do Sporting no campeonato de futebol? Não estávamos numa
luta contra o tempo aquando da final da Liga dos Campeões, no Porto? Não
estávamos numa luta contra o tempo, nos festejos do São João?
Agora estamos numa luta contra o tempo!
Há para aí uns comentadores neoliberais que falam grosso quando
os números da pandemia estão em baixo e piam fino (nem os ouvimos), quando os
números estão altos ou crescem. Nota-se que o tom e a intensidade não são os
mesmos, ou será impressão minha?
Frank Herbert, Duna, Relógio D'Água, 2020
«
- Os homens e as suas obras têm sido até agora uma doença à superfície dos seus mundos - disse o pai. - A natureza tende a compensar as doenças, removendo-as ou isolando-as, incorporando-as no sistema à sua maneira.
Frank Herbert, Duna, Relógio D'Água, 2020, pág. 361
Hervé Le Tellier, A Anomalia, Editorial Presença, 2021
«
A religião é um peixe carnívoro das profundezas. Emite
uma ínfima luz e, para atrair a sua presa, precisa de muita escuridão.
Hervé Le Tellier, A
Anomalia, pág. 251
Mas todos o sabem: o universo, virtual ou não, é todo ele regido por leis, cada vez mais conhecidas a fundo.
Hervé Le Tellier, A
Anomalia, pág. 255
Se a escuridão é ignorância,
ainda vivemos nela, com a ilusão de que conhecemos cada vez mais a fundo as
leis que regem o universo.
E contra Heidegger, que dizia que só um deus poderia salvar-nos:
Não haverá um salvador supremo. Temos de ser nós próprios a salvar-nos.
Hervé Le Tellier, A
Anomalia, pág. 260
Estamos perdidos.
