sexta-feira, setembro 30, 2011

quinta-feira, setembro 22, 2011

Portugal no pântano

Comigo não há risco. Tenho bastante de Barca D’Alva e de Porto, de América Latina e de África, de Nagasaqui e de Macau e de Timor, para que me dê qualquer tentação de afogar-me nos pântanos de leite da sobredita Europa.” (Agostinho da Silva, Caderno de Lembranças, Zéfiro, 2006, pág. 71).

Agostinho da Silva sabia que a adesão à C.E.E. nos iria ficar cara. Que muito provavelmente nos iríamos afogar num oceano de dívidas devido a um consumismo para o qual não estávamos historicamente vocacionados. Na frase que imediatamente antecede a supracitada, Agostinho termina dizendo que não nos esquecesse-mos “de ir o País de Camões entrar no supermercado da C.E.E. e ir ser consumista sem dinheiro, o que quero ver”.

Volvidos 25 anos, um quarto de século, o resultado está à vista. Acabámos por consumir com o dinheiro que não tínhamos, recorrendo ao crédito. Portugal está agora afogado, não num pântano de leite, mas num mar de dívidas. Chegámos então a um impasse: ou nos emancipamos e voltamos ao escudo, ou nos federamos, nos Estados Unidos da Europa, e então, Portugal passará a ser outra coisa, directamente governado a partir de uma cidade distante, no centro político e económico dessa federação.

Como estamos, agonizamos.

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PS – É certo que uma saída da Zona Euro, e nisso os economistas menos ortodoxos também concordam, teria como resultado uma recessão prolongada e o País seria conduzido a uma depressão. Teríamos um efeito recessivo da queda da procura interna, diz Francisco Louçã (Louçã, Portugal Agrilhoado, Bertrand Editora, 2011 pág. 97). Mas sempre podemos colocar a questão: não estamos já aí? Como se pode aguentar uma Zona Euro, com 17 ministros das finanças e dezassete sistemas fiscais diferentes? A integração europeia foi profunda ao nível económico, ligeira ao nível político, mas não existiu ao nível social e financeiro. Por isso estamos num impasse, sem fim à vista.


quinta-feira, setembro 15, 2011

Desemprego jovem dispara no Reino Unido


Agora façam o favor de agradecer ao Sr. Camarão e à sua maravilhosa política.

O neoliberalismo é o horror económico.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Entretanto, entre os sonâmbulos das “nações afortunadas”

Quem poderia contestar que os alarmistas, como sempre, têm quase inteiramente razão? Os habitantes das nações afortunadas avançam o mais das vezes como sonâmbulos no pacifismo apolítico. Passam os dias numa insatisfação dourada. Entretanto, nas margens da zona de felicidade, os que nos importunam e até os seus verdugos virtuais mergulham nos manuais da química dos explosivos – requisitados às bibliotecas públicas dos seus países de acolhimento.

Peter Sloterdijk (2006), Cólera e Tempo, Relógio D’Água, 2010, pág. 60

domingo, setembro 11, 2011

Colectivos da cólera e das «civilizações» vexadas


"De acordo com tudo o que hoje sabemos das coisas que nos esperam, seremos forçados a supor que a primeira parte do século XXI será também ela marcada por imensos conflitos que serão desencadeados por colectivos da cólera e das «civilizações» vexadas."

Sloterdijk, Peter (2006), Cólera e Tempo, Relógio D' Água, 2010. Pág. 40

sábado, setembro 10, 2011

Ópera-bufa

Quando estão na oposição, tiram a rosa e põem o punho.

Quando estão na oposição proclamam a alta voz, batendo no peito: "As pessoas estão primeiro". Quando estão no Governo, esquecem-se rapidamente disso e são os mercados que tomam o lugar das pessoas.

Este é o nosso "socialismo" de opereta. Ópera-bufa.

quinta-feira, setembro 08, 2011

quarta-feira, setembro 07, 2011

Nem cruz, nem espada, nem ouro


Ali não há povos a converter ou a submeter pela espada, nem ouro sequer, para traficar. Nem cruz, nem espada, nem ouro.

Ali o Império tarda.

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Passaram 39 anos desde a Apolo 17.

quarta-feira, agosto 31, 2011

Top 10 dos factos reais mais deprimentes e como ficar feliz com os mesmos

Aproxima-se o momento das melancolias profundas. Afinal, no nosso hemisfério, os dias estão cada vez mais pequenos e, em breve, o Sol estará mais tempo abaixo do horizonte do que acima. Muitos, talvez a maior parte, regressam ao trabalho após as merecidas férias e começarão a sua luta quotidiana pela sobrevivência num ambiente cada vez mais hostil e competitivo. Pois bem. Abaixo listam-se dez factos verdadeiramente deprimentes, que poderão ser superados com felicidade se forem encarados da forma que se indica aqui: The Richard Dawkins Foundation - Discussions. Eis os dez factos deprimentes:

  1. Vamos todos morrer e não há nada que possamos fazer quanto a isso.
  2. Basicamente somos todos vassalos do nosso DNA.
  3. Não estamos sós (no universo), contudo estamos sós.
  4. Muito provavelmente não seremos milionários.
  5. As doenças são cada vez mais inteligentes.
  6. Existem demasiados estúpidos no mundo.
  7. O fim do mundo está próximo.
  8. Um meteorito pode atingir-nos a qualquer momento.
  9. As minhas crianças serão meio robôs.
  10. [A acrescentar pelo leitor – Não esquecer a resolução].

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