Lamentam-se os opinion makers*, mais uma vez, acerca do estado a que chegou a União Europeia, da críse da Europa, das suas incapacidades e limitações, do facto de ficar aquém dos EUA em quase todos os domínios, da sua dificuldade em constituir-se como federação, do facto de não ter futuro, de que o futuro morreu, etc.., etc., etc. É só ler o Público deste domingo.
Parece que não lhes bastam os 50 anos de paz na Europa Ocidental. Um facto sem precedentes nesta região. Será que se esqueceram dos primeiros 50 anos do século XX? (para não ir mais atrás no tempo)
O que é que queriam? Guerra na Europa Ocidental?
Iludidos e mergulhados na actual conjuntura, estes "velhos do Restelo" consideram a paz como um dado adquirido e por isso não a valorizam devidamente. Talvez só quando ela se perder então lamentem o facto.
E não se diga que só há paz porque os europeus não sabem fazer a guerra, ou não se podem dar a esse "luxo" por terem perdido a IIª Guerra Mundial, ou por os "polícias americanos" o não permitirem. Foram os europeus ocidentais que construíram a comunidade europeia. Foram os europeus que trataram de assegurar o prevalecimento da paz entre si.
Os 50 anos de paz, por si bastam, para tornar o projecto europeu um sucesso sem precedentes desde os tempos do Império Romano.
Trata-se de um feito notável e necessário para que não desfaleça a esperança no futuro da União Europeia.
(*) - Vasco Pulido Valente; Eduardo Lourenço; Teresa de Sousa