Terminadas as legislativas eis que ganha o PS, como se estava à espera, contudo, foi uma vitória de Pirro. Uma vitória em perda. Uma vitória, paradoxalmente, com o amargo trago da derrota.
O PS ganhou, mas foi o único que perdeu: perdeu em relação às últimas legislativas, de forma absoluta e relativa; perdeu em número de deputados, quando, todos os outros partidos ganharam, em números absolutos e relativos.
A maioria dos eleitores portugueses absteve-se ou votou no conjunto dos partidos da oposição. Por outras palavras, a maioria do PS é relativa. É portanto errado dizer que o povo português escolheu o PS. Menos de metade dos eleitores escolheu o PS, e menos ainda se considerarmos todo o povo português.
Quem não vota consente, porque cala a sua voz democrática, e assim, quem não votou, consentiu e não deve agora vir queixar-se do resultado.
O chavão é agora o da "responsabilidade" (palavra muito repetida por Augusto Santos Silva), assim como a de "governação de geometria variável". Mas a responsabilidade está em primeiro lugar do lado do PS, que tem de criar condições, neste contexto, para a governabilidade do país, em vez de procurar, como desculpa para o novo desgoverno, a irresponsabilidade dos seus adversários políticos.
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