É uma ironia brutal que a desigualdade entre pobres e ricos assuma a forma de uma taça de champanhe (Held, 2007). Os 900 milhões de privilegiados pela graça de terem nascido no Ocidente, são responsáveis por 86% do consumo mundial; usam 58% do fornecimento de energia e têm 79% do rendimento mundial à sua disposição, bem como 74% de todas as ligações telefónicas. Os mais pobres, 1, 2 biliões de pessoas, um quinto da população mundial, são responsáveis por 1,3% do consumo mundial, usam 4% do fornecimento de energia e realizam 1,5% de todas as chamadas telefónicas. É fácil de perceber a abundante fortuna dos ricos, mas por que razão os subordinados pobres a têm de suportar?
Ulrich Beck (2010), “Remapping social inequalities in an age of climate change”, Global Networks 10, 2, page. 167.
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