segunda-feira, outubro 10, 2011

“É preciso ganhar a confiança dos mercados”

Esta frase é hoje um clichê na boca dos políticos da maior parte dos governos na Europa Comunitária.

Governam em função da “confiança dos mercados” (ou seja, já não é o povo quem mais ordena, são os mercados!). As decisões que tomam visam sobretudo alcançar a “confiança dos mercados”. Nem que essas decisões sejam tomadas contra os anseios da população que governam. E quem são “os mercados”? Compradores e vendedores, especuladores financeiros unidos pela relação mercantil. Se dependemos agora, mais do que nunca, dos caprichosos humores dos mercados é porque os nossos governantes se puseram de cócoras face aos “mercados”: pensam que se os “mercados” confiarem em nós, então a felicidade está ao nosso alcance, e que, caso contrário, é a desgraça. Ora acontece que há dias em que os especuladores confiam que vão lucrar, e as cotações sobem, e dias em que os especuladores desconfiam, e as cotações descem. Face a isto, é racional e sustentável governar um Estado em função das cotações dos mercados? Contudo, este é o modelo defendido pelos nossos falsos sociais-democratas. Estão prontos a desmantelar o Estado social para agradar aos “mercados”. No modelo a que se submetem e a que nos submetem, porque nos governam, a sociedade passa a ser regulada pelo mercado e não o contrário. Ora isto tem um nome: neoliberalismo.

Para contrariar este estado a que chegámos é necessário que as sociedades regulem os mercados e não o contrário. Mas os governos parecem manietados e não dão passos nesse sentido, seja à escala nacional, seja à escala internacional. Vivemos por isso na Era da Ditadura dos Mercados. E face às ditaduras só há uma resposta a dar: a revolução.

A felicidade não está à venda no mercado.

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