quinta-feira, abril 05, 2012

Gaspar no mundo dos mercados


No mundo pós-político põem-se os mercados e as suas leis da concorrência a governar em vez de políticos, bastando "contratar" técnicos, “peritos” no funcionamento dos mercados-máquina. Gasparzinhos. Bastam os mercados, com as suas leis da concorrência e os seus mecanismos, para que o mundo bem funcione, defendem eles. Então, uma “mão invisível” colocará tudo – a economia, a sociedade, as famílias, os indivíduos, etc. - nos seus eixos. Até os indivíduos deverão funcionar como se fossem empresas. Tudo, todas as decisões que tomam, deverá ser sopesado em termos de receitas e custos. Só então o mundo se tornará num lugar melhor, e garantido será o futuro.

Mas até estes “gasparzinhos” estão sujeitos aos caprichos dos mercados e estes nem sempre se comportam de acordo com os cálculos daqueles. Então, por vezes, as decisões que para os “gasparzinhos”  eram certas ou quase certas, são adiadas ou suspensas, pois os mercados nem sempre são propícios, tal como os ventos. Assim se compreende que o nosso Gaspar, coitado, tenha adiado a retoma dos subsídios dos funcionários públicos e das pensões lá para 2015. Antes, os mercados não querem, e depois, só os mercados determinarão. Não ousemos sondar os desígnios dos mercados. Ámen.

PS - E em 2015 até calha bem: é ano de eleições.

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