quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Já não é o povo quem mais ordena, mas há ainda quem o cante.

Por vezes invade-nos uma sensação de déja vu. Parece que voltámos ao marcelismo, quando os estudantes se agitavam nas universidades e na rua se formavam pequenas manifestações espontâneas contra um regime que tendia para o autismo. Mais além cantava-se já o Grândola Vila Morena. Prelúdios de uma revolução. Vivia-se uma paz podre e o regime acabou por cair surpreendido (meses antes, consta, houvera um sinal - falso, sabemo-lo agora - de largo apoio popular). Mas os capitães de Abril tiveram de dar-lhe o último empurrão. E tudo se desfez em escombros. Sem este último abalo não teria havido revolução.

Mas é apenas uma sensação de déja vu. Hoje os tempos são outros e novos. O Governo tende para o autismo e a democracia dá sinais de enfraquecimento com o reforço do poder de elementos antidemocráticos no seu seio. O país perde soberania, o que significa que é o povo que perde soberania.

Por outras palavras, já não é o povo quem mais ordena. Mas há ainda quem o cante.

Quem mais ordena nos dias de hoje? O Governo? Merkel? Os mercados? O que escondem os mercados? Que rostos se escondem por detrás dos mercados? Que poderes e poderosos? Quem são os global players que determinaram o teu desemprego, ó Zé? Muito provavelmente os mesmos que vão determinar o meu.

E o que vamos fazer quanto a isso?

1 comentário:

  1. -> Pretender que o cidadão visualize os políticos como «milagreiros económicos»... é música para entreter otários: leia-se, conversas que visam perpetuar/eternizar a parolização de contribuinte... e... desviar a atenção de certos interesses instalados...
    -> O cidadão não deve visualizar os governos como «milagreiros económicos»... mas sim... como uma entidade que deve apresentar ideias que possibilitem uma melhor rentabilização dos recursos disponíveis... {ver Anexo}
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    -> Ciclos económicos... é algo com o qual temos de saber conviver...
    -> Existe uma coisa completamente diferente: Espiral Recessiva - o aumento de impostos para pagar a Dívida Pública... provoca uma diminuição do consumo... o que provoca um abrandamento do crescimento económico... o que, por sua vez, conduz a uma diminuição da receita fiscal!
    Por outras palavras: pedir dinheiro emprestado é um assunto demasiado sério para ser deixado aos políticos!!!
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    -> Não existe interesse em estar a mudar de governo todos os "semestres" ('vira o disco e toca o mesmo')!...
    -> Interessa, isso sim, é os cidadãos estarem muito mais atentos à actuação dos governos...
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    -> Dito de outra maneira, será necessário uma campanha para MOTIVAR os contribuintes a participar... leia-se, votar em políticos, sim, mas... não lhes passar um 'cheque em branco'!!!
    -> Leia-se: para além do «Direito ao Veto de quem paga» (blog «fim-da-cidadania-infantil»).... é urgente uma nova alínea na Constituição: o Estado só poderá pedir dinheiro emprestado nos mercados... mediante uma autorização expressa do contribuinte - obtida através da realização de um REFERENDO.
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    Anexo:
    -> Um exemplo:
    - ficar à espera de um crescimento económico significativo... pode ser uma miragem sebastiânica.
    - um desemprego muito elevado... pode originar implosão social...
    .
    --->>> O governo deveria analisar os sectores aonde é possível gerar emprego por fraccionamento do trabalho.
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    Com algum exagero, um anónimo disse:
    «Querem acabar desemprego?
    Aumentem a laboração (dia de trabalho para 12 horas), com 2 turnos de 6 horas, claro que haveria de haver uma diminuição de salário para alguns (pois haveria redução de horas), mas haveria trabalho para todos...»




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