Talvez tenha passado despercebida
a mudança quase imperceptível e delicada no discurso, habitualmente cínico, do
Ministro das Finanças: agora já não são cortes, são poupanças. As poupanças das
finanças. As nossas gastanças.
Disse agora Gaspar que, face à inesperada derrapagem no PIB (mais uma), está considerar a aplicação de medidas
para controlo da execução orçamental. Segundo
o ministro “a composição destas medidas será uma combinação de poupanças em execução orçamental ao longo de 2013 com os efeitos das poupanças orçamentais estruturais e permanentes decorrentes do processo de reforma do Estado".
Pois está claro! Não são cortes, são
poupanças! Mais de 800 milhões de poupanças! Poupanças que não seriam
realizadas se estas derrapagens (outro eufemismo) não tivessem ocorrido. Benditas
derrapagens que permitem tão gordas poupanças.
Venham mais derrapagens que queremos poupanças.
Grande Gaspar! Tanta competência até já
aborrece.
P.S. – No Expresso de hoje, já se anuncia
que a “Recessão engoliu o plano B de Vítor Gaspar”, na página 8 do primeiro
caderno. Aguardam-nos mais poupanças, portanto.
***
E será que Manuela Ferreira Leite já deu
com a "espiral recessiva"? Mas o que é a “espiral recessiva”? E a Ongoing? O que
é a Ongoing?
E a retoma? Para quanto a retoma? Não era em 2013?
E a retoma? Para quanto a retoma? Não era em 2013?
Sem comentários:
Enviar um comentário