Gostei de ouvir a Mensagem de Ano
Novo do Presidente da República, mas,
perdoem que pergunte: não é a assumpção da necessidade de um “programa cautelar” a
prova evidente do falhanço das políticas tomadas até aqui por este Governo, que
tem sido tão bem respaldado pelo Presidente?
Julgo que não vale a pena dourar
a pílula: a necessidade de um “programa cautelar” é uma prova mais do que evidente
do falhanço das políticas governamentais, para não falar do resto – dos elevados
níveis de desemprego, da pobreza, das desigualdades sociais, da emigração, do
défice orçamental, etc., etc. etc. Faz por isso todo o sentido clamar por mais
justiça social e por desenvolvimento (na Mensagem de Ano Novo, o Presidente não se esqueceu de referir estes desígnios). Na verdade, o crescimento económico de nada nos servirá se
não for acompanhado por desenvolvimento, ou seja, para ser mais exacto, pela
criação de emprego, pela redução da pobreza e pela diminuição das injustas
desigualdades sociais.
Além disso, por muito virtuoso
que possa ser o “programa cautelar” – parece que é assim que querem que pensemos
dele, que é uma coisa virtuosa - a verdade é que a Irlanda o rechaçou.
Serão os irlandeses parvos?
Se vier o “programa cautelar”, o que quer que isso seja, em
caso de necessidade, dizem, e se for accionado, adivinhe quem vai pagar?
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