Em quarenta anos se construiu o
que agora se destrói, e rapidamente. Resiste uma Constituição bem alicerçada.
Um último bastião. Mas por quanto tempo mais?
Todos sabemos que destruir é mais
fácil e mais rápido do que construir. Assistimos agora a uma destruição
criativa, mas o que se cria não é já uma revolução (ou no máximo será uma
revolução invertida, uma anti-revolução em marcha que nos conduz, já não à
liberdade, mas à servidão).
E se há quarenta anos o povo se
uniu e nessa união residia a sua força (cantava-se na rua, como em todas as
revoluções, em uníssono, que o povo unido jamais seria vencido), agora é pela sua
desunião que se enfraquece. Dividir para reinar tem sido a estratégia de todos
os inimigos da liberdade: opor novos a velhos, empregados a desempregados, os
que partem aos que ficam, nacionais a imigrantes, os que têm aos que não têm, os do público aos do privado, gerações
contra gerações...
Um povo desunido é um povo vencido!
Povos desunidos não tomam
Bastilhas.