Alguém se recusa obstinadamente a sair. Não aceita a compensação para o realojamento. A casa bloqueia a rua e a rua atropela a casa. A casa já lá estava. Temos aqui, evidentemente, um conflito entre o global e o local.
Algo mudou na China. No passado, ouvi dizer, não havia pejo em arrasar cidades só para que uma barragem ao serviço do interesse colectivo pudesse ser construída. O colectivo sobrepunha-se ao particular. E não se davam quaisquer compensações aos residentes que perdiam a casa e tinham de se mudar.
Hoje temos destas casas renitentes na China. "Nail houses" é o que lhes chamam - casas encravadas no "progresso".
O particular já tem os seus direitos, pelos vistos. Isso surpreende-me. Estamos a falar da China.
Contudo, talvez aqui se oponham dois particulares - o proprietário da nail house e o "empreendedor" construtor de "cidades", arauto do "progresso" global.
Um desbravador de mundos. Um construtor de mundos. Mundos de plástico, artificiais, diga-se de passagem. Neoliberal destruição criativa.
Referência: AQUI.
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