O Fim da História o Último Homem (1992)
, de Francis Fukuyama
O Choque de Civilizações (1996),
de Samuel Huntington
O Mundo é Plano (2005), de
Thomas Friedman
Os títulos podem chocar e causar perplexidade. Podem cativar a atenção, suscitar a interrogação e atrair o olhar. Os
títulos podem desafiar-nos.
O Fim
da História?! Que ridículo, pensamos nós. Afinal como pode a História ter
um fim, a não ser que o Homem acabe ou que deixe de haver amanhã.
A Terra é Plana?! Que ridículo. Como se
pode chegar a uma conclusão dessas, tantos anos após Pitágoras e Aristóteles (*)?
O Choque de Civilizações?! Como pode
isso estar a acontecer se as civilizações estão em paz? Que se saiba não há
guerra entre hindus e chineses ou entre ocidentais e japoneses, só para dar
dois exemplos.
Mas por fim lá acabamos por ser levados a dar uma vista de olhos
às referidas obras, para descobrir aquilo que os títulos escondem.
E assim se construíram
bestsellers.
Os autores e os editores
perceberam que os títulos bombásticos ou interpeladores podem ser utilizados
como uma estratégia de
marketing eficaz,
e a moda pegou. Inicialmente pegou, depois banalizou-se e toda a gente percebeu.
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(*) Thomas Friedman parece ter
captado inteligentemente a sonoridade do título do livro do Fukuyama que
interpelava as nossas certezas relativas ao tempo, e tratou de fazer o mesmo
relativamente ao espaço. Se a História tem um fim, então por que não um título
que desafie as nossas certeza acerca da esfericidade da Terra? Por que não o fim da Geografia?