Há quem se questione, perplexo, acerca
das razões que levaram Trump a vencer as eleições americanas. Como foi
possível? Há quem responda, mas a questão volta continuamente a ser colocada, o
que prova que as respostas nunca chegam a ser conclusivas ou cabais. A
perplexidade ainda persiste em muitos círculos de opinion makers que falam
nas cadeias noticiosas mundiais (CNN, BBC, Sky
News, etc.). Há quem considere Trump genial por conseguir ser notícia o
tempo todo. Propositadamente ou não, ele tem a capacidade de ser notícia a um
ritmo horário contínuo. O seu nome é pronunciado dezenas de vezes por hora, para
não dizer centenas, em canais noticiosos como a CNN. Experimente o leitor ligar
esse canal a qualquer sinal horário, quando vão para o ar as highlights. Era assim há um ano quando a
campanha eleitoral americana estava no auge e os pivots da CNN lhe moviam um ataque cerrado, mas também é assim
agora. O seu nome é matraqueado a todo o momento. "Trump" ad nauseam. "Trump" no prime time. Trump, a obsessão da CNN. Inadvertidamente
o canal televisivo tornou-se o maior anunciador publicitário da marca "Trump"
ainda que a maioria das notícias sobre ele não o favoreçam. Ainda assim
publicitam-no. Ironicamente aparecem depois os opinion makers no mesmo canal a questionarem-se espantados acerca
das razões que levaram Trump à vitória.
Não terá o facto de o canal
manter a marca “Trump” no ar o tempo todo exercido um efeito em muitos telespectadores
acríticos, da mesma forma que a publicidade repetitiva o faz
relativamente a uma determinada marca de um produto que se quer vender?
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