sábado, setembro 02, 2017

Quando o Inverno chegar


Público, aqui, 1 de Setembro de 2017

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Continuamos a sacrificar o futuro pelo presente. Quem vier a seguir que pague a conta. E assim o capital vai fazendo a sua incursão nesse território que é o futuro (o capital precisa sempre de novos campos para alimentar a sua sede ilimitada de acumulação e por isso se expande no espaço e no tempo). Assim, no futuro não teremos nem território, nem soberania. Seremos escravos de credores. Outros governos terão pretextos para políticas austeras, medidas draconianas e aumentos colossais de impostos. Seremos novamente um protectorado sujeito aos ditames de funcionários de um império sem rosto. Outras troikas virão. Governar como hoje se governa, contraindo dívida, é fácil, pois o custo das decisões é sempre enviado para o futuro. É uma governação de cigarras. Depois não se queixem, quando o Inverno chegar.



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