Beijos calibre 6,35.
Foi assim que encostaste
o aço ao meu nome.
Guardo ainda num revólver
algumas árvores e pássaros,
o arrependimento de Raskólnikov
e as sinfonias de Stravinsky.
É já tempo de matar a eternidade.
Tenho a mais bela pólvora do mundo.
(Poema de Alberto Pereira, Viagem à Demência dos Pássaros, Glaciar, 2017)
***
Abri o livro e deparei com este poema. Fechei o livro e o poema perseguia-me na contracapa.
Bela pólvora a de Alberto Pereira: árvores, pássaros, o arrependimento de Raskólnikov e as sinfonias de Stravinsky. A mais bela pólvora do mundo.