O ciúme é uma adaptação evolutiva.
Resumidamente, isto explica não só os milhões de triângulos
amorosos e os milhares de milhões de lágrimas derramadas por eles ao longo da
História humana, mas também muita da literatura mundial. Apesar de Tolstoi
insistir que cada família infeliz é infeliz à sua maneira, parece-me que, na
verdade, existem apenas três tipos de armas nestas batalhas. A primeira é a vergonha (ou, mais friamente, o preço
da reputação): vejam, diz ao mundo o parceiro traído, o que o canalha/a cabra
fez depois de tudo o que eu fiz por ele/ela. Uma segunda ferramenta é a violência, com que os maridos estão
mais bem equipados para a exercer sobre as mulheres, embora uma mulher
desprezada possa ser capaz de pedir a um homem seu familiar que desfaça o
patife do seu marido deixando-lhe só um fôlego de vida, ou um marido enganado pode
atacar a adúltera. E por fim, temos a economia:
se um dos parceiros domina os recursos vitais, está numa posição forte para
regatear sexo.
Ian Morris, Caçadores, Camponeses e Combustíveis Fósseis, Bertrand Editora, 2017, pp. 317-318
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O ciúme é uma arma de destruição maciça.
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