Fonte: MAI, 2019, consultado a 13/10/2019
Que alívio para a CDU. Já não precisa
de ser bengala do PS, agora que a Direita não espreita na esquina mais próxima. Livrou-se desse papel-empecilho,
dessa pedra no sapato que a impedia de caminhar livremente. Pode agora trilhar o
seu caminho e regressar ao seu estado natural de coligação crítica dos
disfuncionamentos da sociedade capitalista. Tal voz é necessária para que a
sociedade corrija ou esteja atenta a certos resultados que vai gerando, em
particular, quando se acentua o alargamento da desigualdade à sombra da
liberdade, sempre mais livre para uns do que para outros. Liberdade para
escolher, dizem os neoliberais, como se essa liberdade de escolha fosse igual
para todos e como se tal desigualdade fosse sempre justa. Não é.
O PS teve uma vitória de Pirro – não ganhou a maioria absoluta e perdeu a “geringonça”. Do PSD não rezará a história, remetido para a oposição por um período largo.
No entanto, é curioso constatar o silêncio daqueles que há quatro anos clamavam que o governo não duraria muito tempo e que agora se calam quando os sinais de instabilidade se podem avistar no horizonte. Estarão agora convencidos que o governo do PS tem condições para governar toda a legislatura? Estarão a dormir?
É curioso constatar também que muitos dizem que agora a contestação social vai começar, como se nos últimos quatro anos tivéssemos vivido em acalmia social.
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