domingo, novembro 17, 2019

Praia de Altura, Norte, Sul, Este, Oeste

Este

(Fotografias de 16 de Novembro de 2019)

segunda-feira, novembro 11, 2019

O Inverno aproxima-se a largos passos


Fonte da Telha                                                                                              © AMCD

sábado, novembro 09, 2019

Quem quer tramar a ADSE?


No primeiro dia da semana que agora acaba, Marques Mendes, na SIC, alertou para a má gestão da ADSE pelo Governo. Mais, deu a entender que se trata de uma gestão danosa - estranhamente danosa - quando se trata de um serviço que assegura os cuidados de saúde dos funcionários públicos – os utentes – que para ele contribuem e também para os outros, que não contribuindo por o seu rendimento ser inferior ao salário mínimo nacional, a ele têm direito. No total, segundo referiu, trata-se de um milhão e duzentos mil utentes. Acontece que os que não contribuem acabam por ser suportados pelos que contribuem, não colocando o Estado um único cêntimo para suportar esse encargo, quando é da sua responsabilidade fazê-lo. Segundo Marques Mendes, o Estado deve milhões à ADSE, não compensa a ausência de contribuições dos utentes isentos, e o Governo está a ignorar, há quatro anos, um estudo do Tribunal de Contas que aponta caminhos de viabilidade para a ADSE.

Hoje, no final da semana, o economista Daniel Bessa, na sua coluna do Expresso, volta a chamar a atenção para a situação insustentável da ADSE.

Ora parece que há algo de podre no reino da Dinamarca. É caso para perguntar: quem quer tramar a ADSE? O que tem o Governo Socialista contra a ADSE? Por que razão procede a uma gestão danosa?

domingo, novembro 03, 2019

Livro lido: O Apelo da Tribo


Mario Vargas Llosa, O Apelo da Tribo, Quetzal, 2019

Reapreciação: óóóó 
(Já nos tínhamos referido a este livro, mas a leitura não estava concluída).

Leitura fluída e agradável. Boa tradução, se bem que o uso de plebeísmos como “estrambótico” ou “endrominar”, na página 294, nos faça torcer o nariz. Entre os liberais abordados, existem alguns conscientes da monstruosidade que é o fundamentalismo de mercado e, pura e simplesmente, não vão por aí. É o caso de Isaiah Berlin:

«Dito isto, temos de acrescentar que, entre as várias correntes de pensamento que cabem dentro da aceção «liberal», Isaiah Berlin não concordou totalmente com aqueles que, como Friederich von Hayek ou Ludwig von Mises, veem no mercado livre a garantia do progresso, não só do económico, mas também do político e cultural, o sistema que pode harmonizar melhor a diversidade quase infinita de expetativas e ambições humanas, dentro de uma ordem que salvaguarde a liberdade. Isaiah Berlin albergou sempre dúvidas sociais-democratas sobre o laissez-faire e reiterou-as poucas semanas antes da sua morte, na esplêndida entrevista – espécie de testamento – que concebeu a Steven Lukes, repetindo que não conseguia defender sem alguma angústia a liberdade económica ilimitada que “encheu de crianças as minas de carvão”». (pág. 264)

Até o liberalismo tem o seu extremismo. E se Vargas Llosa alerta para as ideologias que fazem o apelo da tribo em desfavor da liberdade do indivíduo, também é verdade que identifica alguns pensadores que integram uma tribo ideológica à qual ele não se pode furtar: a dos liberais. Dentro dessa tribo, há uma facção de fundamentalistas de mercado que defendem a ideologia neoliberal com tal fanatismo que mais se parecem com propaladores de uma nova fé.

Ora o neoliberalismo é o liberalismo extremado e dos extremos nunca vem coisa boa. Levado ao extremo o liberalismo devém num fundamentalismo de mercado, numa ideologia do egoísmo sustentado na cobiça e na ganância. Ainda assim muitos liberais vêem no neoliberalismo uma coisa boa. É o caso de Mario Vargas Llosa.

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