João Maurício Brás
Os Democratas que
Destruíram a Democracia (Opera Omnia, 2019), p.10
"Quando se descobriu que o faraó Ramsés II tinha
morrido de tuberculose, [Bruno] Latour discordou, uma vez que o bacilo
da tuberculose só foi descoberto por Koch em 1882. Antes dessa descoberta, não
poderia existir a bactéria… Chama-se a isto “construtivismo”: as coisas não
existem, têm de ser inventadas. Não há uma realidade, mas sim, e tão-só,
construções mentais."
Carlhos Fiolhais
no Jornal i, aqui,
referindo-se ao texto de João Maurício Brás, em que critica Latour.
Comentário de Carlos Ricardo Soares, um leitor do blogue De
Rerum Natura:
"Há mil anos quem tinha um olho era rei.
Hoje, quem tem dois olhos nem sabe o que é um rei e um rei
não sabe o que é um olho, embora tenha dois."
***
Assim é. Infelizmente as Ciências Sociais, na Academia,
estão a enveredar pelo caminho do relativismo cultural e do construtivismo. Allan
Bloom escreveu 1987 um longo ensaio sobre o declínio da cultura geral e de como
a educação superior – as Humanidades e as Ciências Sociais – estava a defraudar
a democracia e a empobrecer os espíritos. Denunciava então o relativismo cultural.
Tinha razão. No seu livro mais recente, João Maurício Brás acusa
os democratas de terem destruído a democracia. Não é por acaso. Os eleitores de grandes
democracias como a brasileira e a norte americana elegeram ignorantes
para os guiarem. Há algo de muito errado aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário