««««
«Perfila-se uma nova sabedoria,
uma nova aprendizagem da liberdade. A fractura digital ainda existe claro. No
entanto, a desigualdade que emerge é completamente diferente: tratar-se-á de
ter acesso, já não à conexão, mas à desconexão. Acesso, não à música, mas ao silêncio;
não ao diálogo, mas à meditação; não à informação imediata, mas à reflexão
aturada. Os seminários de desintoxicação tecnológica multiplicam-se. Os retiros
espirituais nos mosteiros já não têm a mesma natureza: antes era preciso fugir
do mundo para encontrar Deus; agora, é preciso fugir dos estímulos eletrónicos
para, finalmente, voltar a estar no mundo.»
Bruno Patino, A
Civilização do Peixe-Vermelho, Gradiva, 2019, pág. 112.
Sem comentários:
Enviar um comentário