Para aplacar a ira do deus, Agamémnon, rei de Argos e de Micenas, contrariado e após acesa discussão, aceita devolver Criseida, que tinha por refém e escrava para todo o serviço.
Ulisses, o mais
astucioso e sensato dos aqueus, foi incumbido de a entregar ao pai:
Quando entraram no porto de águas fundas,
dobraram a vela e guardaram-na na nau escura;
rapidamente desceram o mastro com os cabos dianteiros
e com os remos remaram até ao ancoradouro.
Lançaram as âncoras e ataram as amarras.
Eles próprios saíram e caminharam pela orla do mar,
levando a hecatombe para Apolo que acerta ao longe.
Da nau preparada para o alto mar trouxera a filha de
Crises.
Levou-a até ao altar Ulisses de mil ardis;
pô-la nos braços do pai, e assim lhe dirigiu a palavra:
“Manda-me, ó Crises, Agamémnon soberano dos homens
restituir-te a tua filha e oferecer a Febo uma sagrada
hecatombe
em nome dos Dânaos, para que propiciemos o soberano,
que contra os Argivos muitos sofrimentos lançou.”
Homero,
Ilíada, Canto I
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