Agora a economia real anda a reboque da economia financeira. As decisões dos políticos são reacções pavlovianas às oscilações da bolsa. Eis o momento em que o casino virtual comanda a economia real e a política. É o fim...
É a hora!
É a hora!
Em primeiro lugar, servem-se a eles mesmos: servem depois os seus partidos, o que significa que servem os financiadores da sua política e das suas campanhas eleitorais, grupos que detêm o poder económico e financeiro, grupos de interesses que, não estando no poder político, o querem condicionar, de forma a que se mantenha o status quo que assegura a sua dominância na sociedade.
Criticámos aqui, muitas vezes, as políticas neoliberais do Estado mínimo ou do “menos Estado, melhor Estado”, que vai dar ao mesmo. Contudo nem sempre a maior intervenção do Estado significa maior promoção da justiça social. Basta que, quem esteja ao leme, adopte políticas que favoreçam grupos minoritários poderosos, elites dominantes ou nomenklaturas instaladas, em desfavor da maioria dos cidadãos, que vai sendo dessa forma, desapossada pelos governos dos Estados. O processo é sempre o mesmo: as receitas dos impostos e o património do Estado são colocados ao dispor desses grupos em detrimento das necessidades da maioria. É que o “melhor Estado” do chavão dos neoliberais é o Estado que os serve. A isto chamam alguns empoderamento pelo desempossamento. Ocorre quando os governos colaboram no saque realizado à generalidade dos contribuintes e ao património do Estado, que é de todos os cidadãos, para o canalizarem para grupos sociais dominantes minoritários, concentrando a riqueza e aumentando o seu poder. Temos aqui portanto, uma crise de democracia (*).
Primeiro foi o imobiliário, depois os bancos e os seguros, agora a indústria automóvel, que já se ressente, fechando fábricas e despedindo operários. Que sector se seguirá?
Afadigam-se os políticos em manter ou elevar a confiança dos consumidores. São agora cautelosos nas palavras, não vá a confiança resvalar. Estão a esquecer-se do essencial: a confiança dos consumidores é directamente proporcional ao volume das suas carteiras. Palavras, leva-as o vento.