terça-feira, outubro 21, 2008

O Estado do Ambiente na UE


A economia é a força mais poderosa e rápida de transformação do planeta. Florestas inteiras desaparecem ante os nossos olhos, vigorosas montanhas são corroídas e aplanadas, calotes polares fundem-se aceleradamente e são liquefeitos oceanos de gelo. A economia está a mudar o mundo. A economia está a destruir o mundo.

Contudo, há um conjunto de macacos vestidos, que do alto da sua suposta (i)razão, continua a colocar a economia acima do mundo. Assumem o seu verdadeiro papel estes símios, encabeçados pelo governo de Berlusconi: o de parasitas que se estão nas tintas para o destino do mundo.

E não nos venham falar em desenvolvimento sustentável.

segunda-feira, outubro 20, 2008

É a hora!

Agora a economia real anda a reboque da economia financeira. As decisões dos políticos são reacções pavlovianas às oscilações da bolsa. Eis o momento em que o casino virtual comanda a economia real e a política. É o fim...

É a hora!

domingo, outubro 19, 2008

Governos verdadeiramente preocupados

Preocupam-se os governos, com as empresas em primeiro lugar e, com as empresas em último lugar. As famílias são um ornato dos discursos dos políticos: a sua verdadeira e única preocupação são as empresas. E a verdadeira e única preocupação das empresas é o lucro.

Estão a tentar enganar-nos com a inclusão das famílias nos discursos.

É preciso tirar esta gente dos governos. Pela via democrática, preferencialmente.

sábado, outubro 18, 2008

A nova condição do homem pós-moderno

Eis a nova condição do homem pós-moderno: escravo fiador. Escravo dos bancos e seu fiador. Ou será um servo da gleba roubado pelo seu senhor?

Momento publicitário

«Eu, já sou fiador do meu banco. E você?»

(Na zona Euro, agora somos todos fiadores. Mesmo que o não queiramos. É democrático!)

sexta-feira, outubro 17, 2008

O Devedor Fiador

«Acordei um dia destes e, pasme-se, descobri que era fiador de bancos com o aval do governo e o beneplácito da presidência.

Quando o Estado fia, fiamos todos.»

segunda-feira, outubro 13, 2008

A quem servem os que nos governam?

Em primeiro lugar, servem-se a eles mesmos: servem depois os seus partidos, o que significa que servem os financiadores da sua política e das suas campanhas eleitorais, grupos que detêm o poder económico e financeiro, grupos de interesses que, não estando no poder político, o querem condicionar, de forma a que se mantenha o status quo que assegura a sua dominância na sociedade.

O Estado e a intervenção pública nunca se opuseram à especulação financeira. Raramente o Estado protegeu o interesse da maioria dos cidadãos, sempre que este se confrontou com os interesses de poderosos grupos financeiros, dos especuladores e das multinacionais.

Após as eleições, rapidamente são esquecidas as promessas eleitorais e quem governa passa a decidir de acordo com os interesses dos poderosos que os apoiaram ou financiaram o seu partido na campanha eleitoral.

Os governos exigiram durante anos consecutivos, sacrifícios aos eleitores, aos contribuintes, preocupados, diziam, com a contenção do deficit orçamental. As suas políticas, diziam, eram principalmente determinadas pela preocupação em conter a despesa pública. Os serviços públicos deterioraram-se, alguns encerraram, outros perderam qualidade. Os serviços privados aproveitaram essa perda de qualidade para conquistarem novos mercados. E eis que, ao primeiro tropeção do sistema financeiro, à primeira aflição dos lucrativos bancos, chovem milhões de euros em seu apoio. O Estado português garante-lhes agora milhões, mais concretamente, 11,7% do PIB nacional! Aparecem milhões, como quem tira magicamente coelhos de uma cartola!

Os milhões de euros que vão ser injectados no mercado moribundo, para agrado dos especuladores, poderiam ter melhor aplicação: por exemplo, na construção de escolas, hospitais, estradas, formação e qualificação profissional, melhoria dos serviços públicos em geral, apoio aos desempregados, idosos e deficientes, no combate à pobreza, na melhoria do ambiente, na investigação científica, na redução da dependência energética, etc.

Em vez disso, apoiam-se os bancos e os especuladores financeiros.
Afinal, a quem servem os que nos governam?!

domingo, outubro 12, 2008

A quem servem os governos dos Estados?

Criticámos aqui, muitas vezes, as políticas neoliberais do Estado mínimo ou do “menos Estado, melhor Estado”, que vai dar ao mesmo. Contudo nem sempre a maior intervenção do Estado significa maior promoção da justiça social. Basta que, quem esteja ao leme, adopte políticas que favoreçam grupos minoritários poderosos, elites dominantes ou nomenklaturas instaladas, em desfavor da maioria dos cidadãos, que vai sendo dessa forma, desapossada pelos governos dos Estados. O processo é sempre o mesmo: as receitas dos impostos e o património do Estado são colocados ao dispor desses grupos em detrimento das necessidades da maioria. É que o “melhor Estado” do chavão dos neoliberais é o Estado que os serve. A isto chamam alguns empoderamento pelo desempossamento. Ocorre quando os governos colaboram no saque realizado à generalidade dos contribuintes e ao património do Estado, que é de todos os cidadãos, para o canalizarem para grupos sociais dominantes minoritários, concentrando a riqueza e aumentando o seu poder. Temos aqui portanto, uma crise de democracia (*).

(*) Também os nazis parasitaram a democracia para tomarem conta do Estado e o colocarem ao seu serviço (e ao serviço dos grandes empresários alemães da época). Como verdadeiros parasitas que foram, acabaram por matar o hospedeiro.

sábado, outubro 11, 2008

O que se seguirá?

Primeiro foi o imobiliário, depois os bancos e os seguros, agora a indústria automóvel, que já se ressente, fechando fábricas e despedindo operários. Que sector se seguirá?

Tal como em certos concursos de televisão, em que os vencedores que podiam escolher o prémio, desejavam a casa, e depois, assegurada a casa, passavam a solicitar o automóvel, e finalmente, assegurado tudo isso, passava a ser uma viagem o prémio mais desejado, assim são os sectores da economia real, afectados pela economia de casino.

Os sectores da economia real mais atingidos são os que estão relacionados com os produtos e serviços mais valorizados pela classe média e que esta agora sente dificuldade em comprar: as casas, os automóveis. Seguir-se-ão por certo, as viagens. Por fim serão os bens de consumo e os de primeira necessidade.

Instalam-se os cavaleiros do apocalipse da economia: a recessão, a falta de confiança nas instituições... Seguir-se-ão por certo, o desemprego e a inflação, esta desencadeada pela baixa das taxas de juro e pelas injecções maciças de dinheiro (liquidez) no mercado. É só aguardar que façam efeito as medidas desproporcionadas tomadas no momento de pânico.

O mercado livre e não intervencionado só funciona bem nos abstractos modelos dos livros de economia. Já não é credível. Os acólitos do neoliberalismo correm agora, pateticamente, em direcção ao Estado e gritam por planos salvadores que os retirem da alhada em que se meteram.

Apetece dizer: pois o sacro mercado livre que os salve! Desenrasquem-se!

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