Uma agenda económica para o crescimento, eis a solução, dizem eles (Barroso incluído).
Todos eles. Da direita à esquerda (deixemos agora a hemiplegia moral do Ortega y Gasset). Até a esquerda se deixou encurralar pelo pensamento do crescimento-económico-que-não-vem-e-que-é-preciso-que-venha-para-que-se-gere-emprego. Primeiro crescimento, depois emprego. O crescimento precede sempre o emprego nos discursos dos políticos e da ortodoxia económica vigente. Aguardamos portanto o crescimento que não vem,
como quem aguarda por Dom Sebastião. Eis onde está o actual pensamento económico
encurralado. O mesmo reduto do qual não conseguia sair no final dos anos 20 do
século passado. O resultado é conhecido: a Grande Crise Económica de 1929, com
prolongamento na década seguinte.
Como é que se sai deste reduto de pensamento?
Pois bem, e sem mais delongas: ao invés de uma agenda
económica para o crescimento, é necessária uma agenda social para o emprego. A criação de emprego em primeiro lugar. O crescimento económico
que venha depois.
Na realidade, o grande desafio dos tempos que atravessamos consiste na criação de emprego em contexto de recessão. Soa a quimera, não?! A verdade é que o crescimento
por si só, não é garante de criação de emprego, como muitos nos querem fazer crer.
Houve épocas, na história, em que o crescimento não foi acompanhado
pela geração de emprego. Houve épocas em que foi o emprego o gerador do crescimento.






