As palavras realçadas no último post, que não são as minhas, são evidentemente uma provocação que convocam
a uma reflexão. Ainda assim, como disse, gostei de as ler.
Onde está a provocação?
No paternalismo implícito na
expressão “civilizar o Islão”. O que significa isso? Poder-se-á civilizar uma
civilização? O Islão não é apenas uma religião, é uma civilização; um espaço
civilizacional que se estende desde a costa da Mauritânia aos confins das ilhas
da Indonésia. Quererá dizer “civilizar o Islão” o mesmo que “ocidentalizar o
Islão”? Ora nem o Islão quer ser ocidentalizado, da mesma forma que o Ocidente não
quer ser islamizado.
Outra provocação: comparar o
Alcorão ao “Mein Kampf”. Esta consideração
leva-nos a associar o islamismo ao nazismo. Ora nem o islamismo é o nazismo,
nem o Alcorão é o Mein Kampf. O “Mein Kampf” escrito por Hitler, como se
sabe, é um livro maldito e proibido em muitos países e o nazismo foi, nos
espaços onde vingou, alvo de um processo de desnazificação. Defenderão os que
comparam o Alcorão ao “Mein Kampf”
uma desislamização do mundo?
Contudo, e dito isto, constatamos
ainda assim que algo “cheira mal, muito mal, neste Reino da Dinamarca”.




