sábado, junho 05, 2021

Desconfinamento bêbado

O Reino Unido retirou Portugal da lista “verde” de destinos para viajar. Que espanto! Que admiração?! Que injustiça?! Que irrazoabilidade?! Já se queixa, mais uma vez, o Silva dos Negócios Estrangeiros.

Onde é que já vimos este filme?

Tirar lições para quê?

Não aprendem nem aprenderam nada.

Vamos então dar os parabéns ao Medina, ao Costa, ao Cabrita, ao Moreira, ao Sousa e ao Silva da Federação, pela magnífica gestão do desconfinamento e pela ajuda que estão a dar ao sector do turismo deste país, pelos eventos que promoveram e apadrinharam.

Não conseguiam fazer um desconfinamento sóbrio, sem espavento? Não. Era preciso um desconfinamento bêbado.


Parabéns!


Entretanto no aeroporto de Faro já se iniciou nova debandada.

sábado, maio 29, 2021

Super spreaders


 Por umas libras, vende-se o país. Que venham os super spreaders, com o beneplácito dos que nos governam.


Um jogo, que deveria ser realizado em Inglaterra, será cá realizado, que os ingleses não querem bombas biológicas em terras de sua majestade, mesmo que as equipas oponentes sejam de Manchester e de Londres.


Cá na república, é o meu reino por uma libra.


António Costa ainda teve a lata de dizer que não há provas da correlação entre estes eventos (referia-se aos festejos sportinguistas) e o aumento das contaminações, contra todas as evidências espaciais e temporais.

E o Presidente, com a sua voz melíflua, chegou a sugerir um possível relaxamento dos limites traçados na matriz de risco, antes da reunião no Infarmed.


É bom saber que, chegada a reunião do Infarmed, os especialistas não foram em cantigas: "Grupo de peritos recomenda manter actual matriz de risco" (Público, 28 de Maio)


Entretanto aumenta o índice de transmissão no Reino Unido (Expresso, 28 de Maio).


Em países próximos do nosso, as vítimas mortais continuam a ser mais do que uma centena como é o caso da Alemanha (195, ontem), Itália (126), França (107) [dados da Worldometer] Tudo países muito menos desenvolvidos do que o nosso, como é bom de ver. Nós somos especiais.


Não. Não seremos todos responsáveis se as contaminações aumentarem na sequência destes eventos autorizados por políticos, edis incluídos. Os responsáveis têm nome e cargo político.

domingo, maio 16, 2021

Meu país, meu penico

Meu país, meu penico.

Penico à beira-mar plantado.

E viva a Inglaterra!




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Lido o livro em tempo record, Maria Filomena Mónica não se cansa de nos lembrar o quanto somos pequenos e tacanhos, mas com sonhos de grandeza. Para ela, grandes são os ingleses e a Universidade de Oxford onde estudou.

Dá muito crédito ao historiador Rui Ramos: “Ao contrário do que muitos defendem, Salazar nunca foi fascista” (pág. 157). No entanto, “O Estado Novo ajudou – de forma modesta, é certo – as tropas de Franco” (pág. 162), um fascista “ideologicamente próximo” de Salazar, acaba por referir.

O Meu País, Notas Sobre o Nacionalismo é a visão de uma burguesa liberal da “classe alta”, de um país onde, nas suas palavras, o amor à liberdade não medrou: “O que me dói é o facto de o amor à liberdade não ter encontrado, em Portugal, um solo onde pudesse medrar” (pág. 204), ao contrário da grande Inglaterra, por certo. E ainda assim, é no “pequeno” Portugal onde encontra, agora que lhe “foge a curta vida”, a oportunidade de “pensar, falar e escrever livremente” (pág. 209).

terça-feira, maio 11, 2021

Caminhada

Como sopra o vento alheio

À solidão das areias,
dos mares e das teias.

(A vila ao longe é Monte Gordo)

Caminho só à beira do mar,
Incansável e perplexo
Pela pandemia dos dias.

Que importa a fúria do mar
Se estou com o vento
E a solidão pela mão.

sábado, maio 01, 2021

domingo, abril 25, 2021

25 de Abril

Sempre!

Democracia.

Desenvolvimento.

Liberdade.




sábado, abril 17, 2021

3 000 000

 A vez da Índia.


233 943 casos num só dia!



Fonte: India COVID: 14,521,683 Cases and 175,673 Deaths - Worldometer (worldometers.info)

(consultado a 16/04/2021)

sexta-feira, abril 16, 2021

Pior do que o Apocalipse de São João

 


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«Mas nem será necessário o pior cenário do aquecimento global para provocar devastações suficientemente graves que sacudam a sensação habitual de que, à medida que o tempo avança a vida melhora de uma forma inelutável. Essas devastações, muito provavelmente, vão chegar depressa: novas linhas costeiras recuadas, com cidades afundadas à sua frente; sociedades desestabilizadas a atirarem com milhões de refugiados para sociedades vizinhas que já sentem o estrangulamento dos recursos a esgotarem-se; as últimas várias centenas de anos, que muitos no Ocidente viram como uma linha simples de progresso e prosperidade crescente, transformadas no prelúdio de um sofrimento climático massivo.»

 David Wallace-Wells, A Terra Inabitável, Lua de Papel, 2019. p. 255


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O que nos aguarda é pior do que o Apocalipse de São João e já aí está. Mas está só no começo.

Êxodos bíblicos - Honduras ruma ao norte

Veneza sob a água

Califórnia em fogo

A peste



Entretanto, aguardamos o Verão escondidos atrás de uma máscara sempre que saímos à rua.

Mais uma máscara.

domingo, abril 11, 2021

A antiga e a nova liberdade

 


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No que me toca, prefiro, de longe, a antiga liberdade.

«No mundo antigo – na Antiguidade pré-cristã, em particular na Grécia antiga, ou durante o longo reinado da cristandade -, a definição dominante da liberdade envolvia o reconhecimento de que necessitava de uma forma apropriada de autonomia. (…)

A liberdade, assim compreendida, não era fazer o que se quisesse, mas sim escolher o caminho certo e virtuoso. Ser livre era, acima de tudo, estar livre da submissão aos nossos desejos básicos, que nunca poderiam ser satisfeitos e cuja perseguição só podia criar mais desejos e descontentamento. Assim, a liberdade era a condição alcançada pelo autodomínio, pelo controlo dos nossos apetites e do desejo de domínio político.

A característica definidora do pensamento moderno foi a rejeição desta definição de liberdade em proveito de uma definição que nos é hoje mais familiar. A liberdade, definida pelos criadores do liberalismo moderno, era a condição na qual os seres humanos estavam completamente livres para perseguir tudo o que desejavam».

Patrick J. Deneen, Porque Está a Falhar o Liberalismo? Gradiva, 2019. pág.99

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