15.01 metros!
Prata olímpica no triplo salto.
Ante o maior desafio com que a Humanidade se defronta, ainda
há quem hesite, ainda há quem duvide, ainda há quem o negue.
Ainda há quem apelide os ambientalistas de uns meninos
urbanos com sonhos idílicos e bucólicos (uma Helena Matos que escreve no Blasfémias
e no Observador, por exemplo). Que a imagem que fazem da natureza nunca existiu,
só na cabeça deles. Que a natureza e o campo não é nada do que imaginam. Que é
antes uma via para o lucro, com as suas monoculturas de eucaliptos e palmeirais,
a sua agricultura e pecuária. Isso sim é que é o campo.
Pois bem, Sir David Attenborough que tinha 94 anos quando
escreveu este livro, passou grande parte da sua vida a observar, a estudar e a
transmitir aos outros a beleza do mundo natural (em oposição ao artificial),
dos animais e das plantas e da forma como se relacionam entre si e com o
ambiente. A mensagem que nos transmite neste livro é bem clara e cristalina: ou
esta geração muda a forma de se relacionar com o mundo natural ou é o fim da
Humanidade. Não é o fim do mundo, é o fim da Humanidade.
A Natureza, essa, encontra sempre o seu caminho.
O livro é pedagógico e é excelente.
Frank Herbert, O Messias de Duna, Relógio D'Água, 2021
«««
O autor dá excessivo crédito a drogas alucinogénias.
É demais!
Salvam-se os momentos de acção. As crenças e opiniões do autor plasmadas na história são maçadoras.
É a paz que, dando os vagares da imaginação, causa as impaciências do desejo.
Eça de Queiroz, Contos
Não serei daqueles que, vendo aproximar-se o seu fim, dizem que é o fim do mundo que se aproxima, que tudo decai, interiorizando que depois deles será o caos.
Vêem então decadência em todo o lado, apocalipses em aproximação, quando são eles que decaem.
Não, o meu fim não será o fim do mundo.
Olhar jocoso e sobranceiro, o dos ingleses anglicanos e protestantes. Excessivamente ousados no diagnóstico do atraso deste país, quando o deles avançava a todo o vapor, nos séculos XVIII e XIX. Entre eles há, contudo, excepções.
Gostei mais do olhar metódico e quase científico, certeiro até, dos alemães e do dinamarquês. É mais fácil gostar de quem gosta de nós ou até nos considera bem.
A escrita fluída permite uma leitura fluída.
Não existe um grande equilíbrio na dimensão dos vários
relatos, isto é, alguns são breves outros longos, embora sejam todos bem
enquadrados por notas biográficas que ajudam a contextualizar os olhares.
Ainda assim, de MFM, gostei mais do seu Bilhete de Identidade.