sexta-feira, dezembro 16, 2022

Dias do solstício de Inverno

Nestes dias

Em que as sombras se alongam,

Chove sempre a melancolia.

Uma chuva miudinha.


Ismael busca o navio no porto.

Na urgência de partir.


Regressará na Primavera,

Quando os dias explodirem.

Então far-se-á luz.

Então far-se-á cor.

domingo, dezembro 11, 2022

Cristiano é grande

 

You'll never walk alone

Força!

As alegrias que o Cristiano nos deu superam todas as tristezas.
(Ora carreguem aí na etiqueta "Cristiano Ronaldo" e vejam)

terça-feira, dezembro 06, 2022

domingo, novembro 20, 2022

quarta-feira, novembro 16, 2022

Livros lidos: Uma Breve História da Terra


 Andrew Knoll, Uma Breve História da Terra, Desassossego, 2021

⭐⭐⭐⭐

Um bom livro. Uma excelente síntese. Quatro mil milhões de anos em oito capítulos. 

Mas lido com desconfiança a partir do momento em que chocamos, na página 43, com um erro grosseiro. Lá se diz: "O monte Evereste, com fósseis marinhos a mais de oito mil quilómetros acima do mar; ..." Sus! Oito mil quilómetros é para lá da termosfera. É já no espaço cósmico. Confundiram quilómetros com metros. Passou à revisora ou à tradutora. Nem o Monte Olimpo, o maior vulcão do sistema solar, em Marte, chega a tanto. 

Esperemos que o erro seja corrigido nas próximas edições. O livro merece.

***

«No Ocidente desenvolvido, podemos diminuir a nossa pegada ambiental fazendo escolhas sensatas relativamente a alimentação, habitação e transporte, e podemos apoiar alternativas sustentáveis para aqueles que noutras partes do mundo aspiram a melhores condições de vida.»

Andrew Knoll, op. cit., pág. 187

terça-feira, novembro 15, 2022

Noam Chomsky, sobre a guerra na Ucrânia e o estado do mundo

Consegue ver com mais clareza e lucidez, aos 93 anos, do que muitos comentadores da nossa praça.

terça-feira, novembro 08, 2022

Tendências longas e eternos retornos

 

Os povos que habitam os países frios, especialmente os da Europa, são pessoas de coração, mas têm pouca inteligência e poucos talentos. Mantêm-se melhor em liberdade, pouco civilizados, de resto, e incapazes de governar os seus vizinhos.

Os Asiáticos são mais inteligentes e mais dados às artes, mas nada corajosos, por isso mesmo quase todos sujeitos e sempre sob o poder de algum senhor.

Aristóteles 

Tratado da Política, 2ª ed., Edições Europa-América, 2000, pág. 109-110.

 

Hoje, sorrimos ao lermos estas considerações de Aristóteles, mas há tendências longas, que parecem impossíveis de contrariar no espaço de um só século, e por muita agitação que ocorra, no fim, os povos retornam sempre à linha que percorrem desde tempos imemoriais. Muitos são os povos da Ásia que voltaram a acoitar-se à sombra do “poder de algum senhor”, sujeitando-se a um imperador, déspota ou ditador. São povos incapazes de tomar o destino nas suas próprias mãos e de se revoltar. Em vez disso, fogem se a situação política se tornar adversa. Tivemos, pois, debandadas em vez de revoltas, na Rússia, quando o imperador Putin, o mafioso, decidiu mobilizar os seus concidadãos para uma guerra numa terra estranha. Em relação a muitos povos da Ásia, passados todos estes anos de experiências políticas ao longo do século XX, o que vemos? O regresso do imperador Xi, do imperador Putin, do imperador Kim, do sultão Erdogan, já não falando dos déspotas e reis que ainda ocupam o poder nos países do Médio Oriente e do Golfo Pérsico, em conformidade com uma linha que remonta à origem dos tempos.

 

No Ocidente as coisas não se passaram assim.

segunda-feira, outubro 24, 2022

Partidas

 

Adriano Moreira (1922-2022)


Sem dúvida, é um dos nossos melhores que parte. Um venerando sábio.

segunda-feira, setembro 05, 2022

A imagem dos deuses e o “princípio antrópico”

 «Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses todas as coisas que são vergonha e desgraça entre os mortais: roubos, adultérios, enganar o próximo…Os mortais acreditam que os deuses são formados à sua imagem e semelhança e usam roupas como as deles, e voz, e forma…sim, e se os bois, os cavalos ou os leões tivessem mãos, e pudessem pintar com elas, e produzir obras de arte como os homens, os cavalos pintavam deuses com forma de cavalos, e os bois de bois e faziam-lhes os corpos segundo os da própria espécie…Os etíopes representam os seus deuses pretos e de nariz achatado; os trácios dizem que  os deuses têm olhos azuis e cabelo ruivo.»

 

Xenofonte

 

citado por Bertrand Russel, Pensamento e Comunicação, Correspondência (1950-1968), Brasília Editora, 1971, p. 181.

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Terá sido o universo a criação de um deus que o programou para que evoluísse de forma a que, a dada altura, estivessem reunidas as condições para o surgimento do Homem? (o que designam por “princípio antrópico”) Não creio.  Já uma evolução do universo programado para o surgimento de vida inteligente, ou seja, com capacidade de se questionar sobre a sua própria origem, existência e de um criador, é uma hipótese a considerar.

 

O “princípio antrópico” é uma vaidade, como atesta Xenofonte.

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