Titula Rui Ramos a sua crónica no Expresso: “O antitroikismo
dos néscios”. Como se os néscios não fossem os troikistas. E mais néscios ainda, os mais troikistas que a própria troika.
***
P.S.
No mesmo artigo, Rui Ramos continua a
basear-se no habitual erro de análise económica que é o de comparar aquilo que
não é comparável: uma desvalorização monetária dos anos 80 do século XX, com o
inaudito "ajustamento" da economia portuguesa no presente.
Os economistas tiveram a "brilhante" ideia de
"ajustar" a economia portuguesa, uma vez que não se pode realizar uma
desvalorização competitiva da moeda (facto que representaria um
abaixamento dos salários reais, sem que o mercado
interno fosse beliscado). Julgavam eles, que o mesmo efeito poderia ser obtido, atacando diretamente os salários e reduzindo o rendimento disponível das famílias. Esqueceram-se contudo das concomitâncias do processo.
Desvalorizar a moeda e "ajustar" a economia, como agora se está a fazer, trata-se
de processos distintos nos seus efeitos, e os resultados estão à vista de
todos.
Por muito que a economia portuguesa seja uma economia
pequena e aberta, por muito que se viva agora na Era global da economia
globalizada, o que é certo é que o mercado interno nacional era o viveiro de
milhares de pequenas empresas, agora falidas, afectadas pelas políticas
económicas e financeiras experimentais de um bando de neoliberais. Ainda por cima, néscios.
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