domingo, novembro 03, 2013

Desarmadilhar o futuro

Diz o caro Rogério, do blogue Conversa Avinagrada, em comentário ao post anterior, que o futuro virá atrás de um punho cerrado, se cerrarmos os punhos.


O futuro virá atrás de um murro de revolta se não for desarmadilhado, ou de um ruidoso murro dado numa mesa, por algum Sebastião iluminado, populista, que gritará “Basta!”, um ditador... Estaremos ainda a tempo de o evitar?


O futuro, longe de ser uma pomba, parece ser uma bomba. Uma bomba nuclear, demográfica, ambiental, económica, social...São essas as ameaças que pairam sobre as nossas cabeças e que se têm acumulado. O futuro já vai explodindo por aí, por esse mundo fora e por aqui, por Portugal. Que futuro mora no Bairro do Lagarteiro, ou noutros bairros como esse, só para dar um exemplo? O futuro poderia ser uma pomba, mas armadilharam-no como uma bomba. 

2 comentários:

  1. Sinto-me lisonjeado por me ter citado... Obrigado
    Esclareço que o meu comentário não se limitava a fazer referência à ambiguidade de um punho cerrado. As mãos que se fecham, com força, podem ter a leitura de raivas contidas, passivas... referia-me ao punho erguido.

    "Só de punho erguido a canção terá sentido"!

    Quanto à imagem de Boaventura Sousa Santos ela é enganadora e, até, redutora. Entre a pomba e a bomba existe a opção de luta. A pomba da paz é uma recompensa a quem luta por ela. A paz nunca foi uma dádiva.

    Quanto aos riscos de um salvador da Pátria... se me não engano eles aí andam ano a ano. O regime que temos já mal se parece com uma democracia...

    Tenho-o em apreço, e este diálogo vai certamente muito nos fazer escrever.

    Abraço

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    1. A propósito do que escreveu, lembrei-me de uma das últimas frases da biografia do historiador Hobsbawn: "o mundo não se tornará melhor por si só." Se pusermos as mãos nos bolsos, numa passiva atitude de “dar tempo ao tempo, que o tempo tudo resolve”, (o que até é verdade, porém nem sempre os problemas se resolverão a nosso contento) e não “erguermos os punhos”, o mundo não se tornará melhor. E este “mundo” é não só o grande mundo, mas também o nosso pequeno mundo, na sua pequena grandeza.

      Neste momento é a população de Macedo de Cavaleiros que luta, na rua, por um helicóptero do INEM. É pois assim que se luta.

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