domingo, abril 03, 2016

O seguro de vida de Assad

Sabemos agora que Assad, o criminoso de guerra contra a Humanidade, só ainda se sustém porque existe uma base russa no território sírio. É o seu seguro de vida. Caso essa base não existisse, o seu destino teria sido o mesmo que o de Sadam ou o de Kadafi, ou ainda o de Mubarak, esses déspotas orientais. O problema é que a Síria, nessa circunstância, estaria hoje transformada numa Líbia, onde reina a anarquia, ou num Iraque. A entrada em campo dos terroristas do Daesh, outros criminosos contra a Humanidade, entre outros, conduziu ao descrédito toda e qualquer oposição séria a Assad, para mal dos sírios. E há já quem pense que, mal por mal, que fique por lá o Assad. Também para mal dos sírios, que saem sempre mal nesta história, e saem da Síria. E há já também entre nós quem lastime a queda de Kadafi e de Sadam, pois a anarquia que se seguiu está à vista de todos.

Há uma importante lição a tirar de toda esta história: tentar impor a democracia à bomba, ou até de outras formas menos agressivas, nos estados do Médio e do Próximo Oriente, não resulta. Trata-se de um erro crasso só atribuível a quem despreza a história longa, pois antes até dos tempos de Heródoto, têm sido os reinos despóticos ou as monarquias que sempre por ali vingaram, e estas reagem continuamente contra toda e qualquer tentativa de imposição da democracia.

Ali a democracia não funciona, nem quer funcionar.

2 comentários:

  1. É bom exercício de entendimento... contudo
    sendo eu leigo em tal assunto
    parece haver uma lacuna
    Porquê?
    É uma simples pergunta...

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    Respostas
    1. Talvez haja até mais do que uma lacuna.

      Israel, a intrusão Ocidental...

      A verdade é que na Síria, tudo começou com simples manifestações anti-Assad. Pouco depois os corpos dos manifestantes começaram a tombar (ainda me lembro do primeiro manifestante a tombar), vítimas das balas dos polícias e militares às ordens de Assad.

      Militares dissidentes constituíram grupos revolucionários (revolucionários e não rebeldes, pois na verdade opõem-se a uma ditadura opressiva). Depois foi como uma bola de neve a rolar pela encosta. E assim teve início uma guerra civil, mesmo à frente dos nossos olhos.

      Ali a Primavera árabe foi abortada às mãos do algoz que governa o país, da forma mais violenta possível: virou-se contra o seu próprio povo. Parece que é uma velha tradição familiar naquelas bandas.

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