Thomas Friedman |
Thomas Friedman deve ser mesmo um bom opinion maker, pois muitos são os seus artigos de opinião no New York Times que ficam na memória ou na retina de quem os lê, e após uma só leitura. Um artigo que retive foi o das "nossas três bombas". De acordo com Thomas Friedman são três as bombas que a qualquer momento podem deflagrar e desestabilizar a nossa realidade: a bomba nuclear, a bomba da dívida e a bomba climática. O artigo é este: “Our Three Bombs”, New York Times, 7/10/2009
Desde que li o artigo em 2009, as bombas de Friedman nunca mais me saíram da cabeça. Inspirado por ele, reformulo
aqui a lista de "bombas" que nos ameaçam, e são mais do que três, embora algumas, em parte, se
possam sobrepor .
Em primeiro lugar as três bombas de Friedman:
1. A bomba da ameaça nuclear (a Guerra Fria terminou mas as
bombas ainda existem assim como a ameaça da proliferação nuclear).
2. A bomba da dívida (uma bomba com repercussões económicas e financeiras, também ela devastadora de vidas).
3. A bomba climática (desencadeada pelo incremento do
efeito de estufa com todas as suas consequências).
Às bombas de Friedman acrescento as seguintes (com algum risco de sobreposição parcial):
4.
A bomba demográfica (o crescimento demográfico
no mundo é explosivo, acompanhado por uma crescente produção, consumo e pressão
sobre os recursos naturais que são limitados face às ilimitadas necessidades
humanas);
5.
A bomba ambiental (estamos a atravessar a 6ª
extinção em massa, e não foi causada por um meteorito que colidiu com a
Terra, a não ser que chamemos ao ser humano um “meteorito”. Bem vindos ao Antropoceno.);
6. E a bomba terrorista (eles andam aí).
As consequências destas bombas podem ser devastadoras. Aliás já estão a sê-lo para muitos.
A estas bombas acrescentaria a
bomba mais ameaçadora de todas: aquela que ninguém espera e que por isso não
pode ser nomeada por ser uma bomba desconhecida. Não tenhamos a ilusão de que somos conhecedores de todas as
ameaças que pairam sobre as nossas cabeças. A realidade cósmica pode surpreender-nos
com uma verdade inesperada e, dessa forma, ameaçar a nossa existência. Como disse
George Steiner uma vez e que já aqui foi citado:
Tenho uma certa imagem
mental da verdade emboscada ao virar da esquina, à espera de que o homem se
aproxime – e a preparar-se para lhe dar uma cacetada na cabeça.
George Steiner,
Nostalgia do Absoluto, Relógio D’Água, 2003. Pág. 80 e 81
Entretanto, carpe diem.
Sem comentários:
Enviar um comentário