sábado, maio 04, 2013
quinta-feira, maio 02, 2013
A Era do Mercado ou da Exploração
«O verdadeiro problema não é que o dinheiro possa levar as mulheres “de
honra” e homens “de palavra” a fraquejar, como se diz. O escândalo começa, sim, quando, para funcionar, o dinheiro enquanto
capital pressupõe sistematicamente a fraqueza de homens e mulheres que têm de
se colocar no mercado. Eis o fundamento funcional-imoralista da economia
industrial de mercado. Esta inclui sempre no seu cálculo o estado de
necessidade dos mais fracos. Funda a circulação contínua do lucro na existência
de grandes grupos que não têm praticamente outra opção senão “comer ou morrer”.
A ordem económica capitalista assenta na
possibilidade de espremer os que vivem constantemente em situações de excepção
actuais ou virtuais, isto é, de espremer os seres humanos que terão fome amanhã
se não trabalharem hoje, e que amanhã não terão trabalho, se não aquiescerem
hoje ao que impudentemente se exige deles.»
Peter Sloterdijk (1983),
Crítica da Razão Cínica, Relógio
D’Água, 2011, p. 401
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Capitalismo,
Peter Sloterdijk
quarta-feira, maio 01, 2013
O trabalho no "maravilhoso mundo plano"
(Kevin Frayer/Associated Press)
Tem sido um ano duro para os trabalhadores e trabalhadoras, em particular nos países do Sul, onde o trabalho pode chegar a assumir características de escravatura e está, por isso, longe de ter qualquer função dignificadora. O trabalho só dignifica se não escravizar, nem explorar. Quando o salário é de 38 euros mensais, é de exploração e escravatura que falamos. Era esse o salário das operárias bengalis que morreram sob os escombros do prédio onde eram exploradas. Soubemo-lo hoje.
Enfim, é este o “maravilhoso mundo plano” de que nos falam os deslumbrados da globalização e do capitalismo.
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Capitalismo,
Globalização
domingo, abril 28, 2013
Arquíloco
«Os heróis homéricos teriam sentido a perda do escudo como a ruína da sua honra e prefeririam sacrificar a vida a sofrer semelhante afronta. O novo herói de Paros [Arquíloco] exprime as suas reservas neste ponto e está certo de provocar o riso dos seus contemporâneos quando diz:
Um dos Saios, nossos inimigos, regozija-se agora com o meu escudo, arma
impecável que sem querer deixei ficar num matagal. No entanto escapei à morte,
que é o fim de tudo. Quero lá saber deste escudo! Comprarei outro melhor.
A deliciosa mescla do moderno
humor naturalista (alheio a qualquer tipo de ilusões, e segundo o qual até um herói
só tem uma vida para perder) com a nobre ressonância da retórica épica, que nos
fala de “arma impecável” e da morte que “é o fim de tudo”, é fonte inesgotável
de efeitos cómicos. Protegido por eles, o esforçado desertor pode aventurar a
sua insolente conclusão e afirmar com sinceridade desconcertante:
Comprarei outro melhor! Que é um escudo afinal, senão um pedaço de pele
de boi curtida, com uns adornos de metal brilhante!»
Werner Jaeger, Paidéia, A Formação do Homem Grego,
Martins Fontes, 2003, pp 152-153.
***
Arquíloco também tem o seu general
modelo, e com a mesma “sinceridade desconcertante” afirma:
“Não gosto de um general alto, nem de pernas bem abertas, nem orgulhoso
com os anéis do seu cabelo, nem barbeado. Para mim, quero um que seja pequeno e
de pernas tortas, que mexa os pés com firmeza, e cheio de coragem.”
Arquíloco de Paros, séc.
VII a. C.
in Maria Helena da Rocha Pereira
(org.) - Hélade, Antologia da Cultura
Grega, 8.ª edição, Edições Asa, 2003, pág. 125
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Poesia
sexta-feira, abril 26, 2013
Um homem é pouca coisa
«A tragédia de um quarto vazio. A tragédia de encher quatro paredes do
sentido da nossa intimidade. Mas, afinal, bastou abrir a mala, espalhar pelas
cadeiras o pijama e a gabardine, e pôr em cima da mesa a pasta dentífrica e o
pente. Com mais um cobertor na cama e duas toalhas limpas, considerei-me
aninhado. Um homem é pouca coisa. O tacão da bota ou a direcção da risca do
cabelo podem resumi-lo.»
Miguel Torga, Coimbra,
1 de Julho de 1940
Miguel Torga (1967), Diário I, 5ª ed. revista, pág. 154.
***
Não sabia muito acerca de Torga,
nem sei. Por isso a leitura do Diário I
está a ser uma agradável surpresa. Escuto a voz do Torga. Desilude-se numa
viagem à Europa gélida e triste, no Inverno de 1937. “Andar mais era entristecer
e desanimar mais ainda”, diz ele, ansioso por regressar à Península, enquanto
aguardava na estação de comboio de Bruxelas. A Europa anoitecia e ele, nesse
desencanto, já parecia pressenti-lo. Três anos depois ressoariam as botas da tropa
alemã, em marcha cadenciada, nos Campos Elísios que ele visitou.
A páginas tantas, dou com o Torga
nas prisões. Escreve poemas na cadeia de Leiria e no Aljube, em Lisboa. O Torga
na prisão. Que surpresa! O que teria feito? Estaria a dar consultas aos presos,
tendo ficado por ali? Não há qualquer alusão no Diário I às razões que o levaram à prisão. Só por outras fontes
descubro que esteve mesmo preso por razões políticas. Na prisão, liberta o
espírito em poemas. Nada de prosa. Mas sofre. A prová-lo, o seu primeiro poema
da prisão escrito no Diário:
«EXORTAÇÃO
Meu irmão na distância, homem
Que nesta cama hás-de sofrer:
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!»
Miguel Torga, Cadeia de Leiria, 30 de Novembro de 1939, Diário II, pág. 121.
Muitos outros haveriam de
suceder-lhe nas prisões e Torga já lhes antevia o sofrimento, a tortura e a
dor. Talvez porque o tenha também sentido na pele. Apelava à indomabilidade, à
resistência e à vida dos prisioneiros políticos vindouros.
Grande Torga!
quinta-feira, abril 25, 2013
domingo, abril 21, 2013
Uma tarde bucólica.
© AMCD
© AMCD
© AMCD
© AMCD
O objectivo era fotografar um pássaro magnífico que se deixa avistar por estas bandas, o charneco (Cyanopica cyanus), também chamado pega-azul ou rabilongo. Deixa-se avistar, mas não se deixa fotografar, principalmente quando o zoom é fraco.
Esteve uma tarde bucólica nas margens do baixo Guadiana. Pássaros, agricultores, pastores e rebanhos. Até burros avistámos. Parecia o velho Algarve.
Quanto a fotografias de pássaros, ficámos pela destemida cotovia-de-poupa (Galerida cristata). Nada a assusta! Esta estava tranquilamente a ver passar o trânsito (que por aqui, diga-se de passagem, raramente passa).
© AMCD
© AMCD
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Consenso. A questão é a Constituição.
Ouvimos o
Professor Daniel Bessa e também lemos Henrique Monteiro, quando muito se fala
em “consenso” no palco da política nacional.
Perguntamo-nos: mas consenso para
quê? O que pretendem com o tão almejado “consenso” aqueles que agitam essa
palavra, como se tratasse de uma bandeira branca? Porquê agora?
Parece óbvio que o Governo foi
empurrado para a procura de “consenso” pelos credores internacionais, porque no
horizonte se divisam nuvens de tempestade política, e também porque, doutra
forma, não será possível reformar o Estado a contento de quem o governa, dos
credores e doutros que defendem uma profunda reforma. Uma reforma que implique o abandono de
funções que até agora têm sido asseguradas pelo Estado.
No dia 17 de Abril, quando o
Conselho de Ministros reunia noite dentro, o economista Daniel Bessa afirmava o
seguinte na RTP, no comentário “360º” que sucede ao Telejornal:
“Há uma coisa em que todos estamos de acordo: um Estado não se reforma,
digamos assim, em meia dúzia de dias, ou em meia dúzia de semanas, ou sequer em
meia dúzia de meses. Reduzir despesa, pode-se reduzir. Uma reforma de um Estado
é uma operação muito complexa. Eu não posso olhar para a reforma do Estado
dizendo, agora vou cortar um bocado na saúde, mais um bocado na educação, mais
um bocado nos transportes, mais um bocado nas reformas, somo isso tudo e vai
dar...Isso não pode ser resolvido assim. Eu
penso que isso tem que ser resolvido de uma forma mais séria, olhando para a
totalidade das funções do Estado, e resolvendo de uma vez por todas, quais são
aquelas que o Estado continua a realizar e quais são aquelas que abandona.
E portanto não é uma questão de cortar aos bocadinhos e às pinguinhas sobre as
funções todas, é uma questão que nos
leva muito mais longe, nomeadamente à Assembleia da República, sobre quais
são as funções em que o Estado pode continuar a desenvolver e aquelas em que
tem de recuar.”
Daniel Bessa, "360º",
RTP1
Daniel Bessa tem razão: para uma
reforma como a que sugere, será necessário levar a questão à Assembleia da
República. Será necessário rever a Constituição, e isso
não se faz “em meia dúzia de semanas”. É preciso tempo e é preciso consenso. Um
consenso que abarque pelo menos dois terços da assembleia. Ora aí está a razão
pela qual vêm agora acenar com o consenso. Consenso para que se proceda à
privatização de funções que o Estado, segundo esta gente, não pode assegurar. Pois privatizem tudo, como dizia Saramago.
No dia seguinte Miguel Poiares Maduro na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, profere a palavra "consenso", 12 vezes!
No dia seguinte Miguel Poiares Maduro na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, profere a palavra "consenso", 12 vezes!
terça-feira, abril 16, 2013
O essencialismo de Platão
«Para Platão, a «realidade» que julgamos ver não passa de sombras projectadas na parede da nossa caverna pela luz trémula de uma fogueira. Tal como outros pensadores da Antiguidade grega, Platão era no fundo um geómetra. Cada triângulo desenhado na areia é apenas uma sombra imperfeita da verdadeira essência do triângulo. As linhas do triângulo essencial são linhas euclidianas puras com comprimento, mas sem largura, linhas definidas como infinitamente finas e que nunca se encontram caso sejam paralelas. A soma dos ângulos do triângulo essencial equivale exactamente a dois ângulos rectos, nem um picossegundo de arco a menos ou a mais. Mas isto não é verdade para um triângulo desenhado na areia: o triângulo na areia, para Platão, é apenas uma sombra instável do ideal, o triângulo essencial.
A Biologia, para Mayr, é afectada por uma versão particular de essencialismo. O essencialismo biológico trata tapires e coelhos, pangolins e dromedários, como se fossem triângulos, losangos, parábolas ou dodecaedros. Os coelhos que vemos são meras sombras da ideia «perfeita» de coelho, o ideal, essencial, platónico, pairando algures no espaço conceptual junto com todas as formas geométricas perfeitas. Os coelhos de carne e osso podem variar, mas as suas variações são sempre vistas como desvios imperfeitos da essência ideal do coelho.
Que quadro tão desesperadamente antievolucionista! O platónico encara qualquer mudança nos coelhos como um afastamento inconveniente ao coelho essencial, e haverá sempre resistência à mudança - como se todos os coelhos reais estivessem suspensos de um elástico invisível, preso ao Coelho Celeste Essencial.»
Richard Dawkins, O Espectáculo da Vida, Casa das Letras, 2009, pág. 32.
***
Continuamos a viver à sombra das ideias de Platão, o pai da Filosofia. Valorizamos a perfeição, por exemplo, esse estado para o qual se tende, mas que nunca se alcança, porque a perfeição não é coisa deste mundo. E continuamos a considerar a realidade e o hipertexto - a matriz subjacente (Matrix, o filme, é platónico nesse sentido). A alegoria da caverna, mil e uma vezes recontada. Nada parece o que é, nada é o que parece.
Fui ver o filme de ficção científica recém estreado, Oblivion (Esquecido), e lá estava Platão: o protagonista vivia num mundo de sombras que tomava por realidade, iludido, até que se fez luz. E a luz não trouxe nada de bom...
Mas nada nos garante, platonicamente, que essa luz ofuscante que se toma por verdadeira realidade, não seja ela também uma espécie de sombra doutra luz ainda mais intensa e assim sucessivamente, ad infinitum. Como se a realidade nos fugisse, sempre que a tentamos alcançar. Como a perfeição.
Não admira, portanto, que tal filosofia tenha encaixado tão bem na doutrina cristã de Deus.
Tantos anos volvidos e o fundador da Academia ainda brilha, para mal e para bem dos nossos pecados.
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